Ednilson Aguiar/O Livre
Ex-deputado José Riva: sua delação premiada é tão aguardada (e temida) quanto à do ex-governador Silval Barbosa
BRASÍLIA – A assinatura do acordo de colaboração premiada do ex-presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso José Riva está perto de acontecer. Faltam poucos detalhes para definir o conteúdo dos anexos de sua delação e o tamanho de sua pena reduzida, de acordo com fontes que acompanham o caso ouvidas pelo LIVRE.
Riva já foi condenado a mais de 21 anos de prisão por lavagem e desvio de dinheiro (peculato). Já foi considerado um dos políticos mais processados do país. Uma fonte lembra que José Riva já é considerado “um colaborador” para a PGR. Se não fosse, raciocina, o ex-deputado seria um dos alvos da 12ª fase da Ararath, que cumpriu 65 mandados de busca e apreensão nesta quinta-feira (14/9).
Assim como o ex-governador Silval Barbosa, que fechou delação na Operação Ararath, a intenção não é denunciar apenas empresários, mas também outros políticos, de acordo com as fontes do LIVRE.
Político influente em Mato Grosso durante mais de 20 anos, especula-se que Riva possa entregar provas que incriminem dezenas de pessoas e esclareça supostos esquemas de desvio de dinheiro público, entre eles o citado por Silval Barbosa em relação à obra do VLT, em Cuiabá.
Há uma expectativa de que a assinatura do acordo com Riva possa ser feita ainda na gestão de Rodrigo Janot na Procuradoria Geral da República (PGR). Ele fica no cargo até domingo. Na segunda-feira, assume Raquel Dodge.
A Procuradoria Geral da República (PGR) e a defesa de José Riva não comentaram o caso.