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Defesa de Zaqueu diz que coronel não jogou culpa em cabo

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Defesa de Zaqueu diz que coronel não jogou culpa em cabo

Gcom-MT

Coronel PM Zaqueu Barbosa

Coronel PM Zaqueu Barbosa é acusado de ser um dos mandantes dos grampos; Ele nega conhecimento do caso

Em depoimento dado ao coronel Jorge Catarino Morais Ribeiro na terça-feira (27), o coronel Zaqueu Barbosa afirmou que não tinha conhecimento das interceptações telefônicas ilegais feitas a civis enquanto ele era comandante-geral da Polícia Militar. Contudo, segundo a defesa dele, isso não significa que a culpa seja do outro militar preso junto com Zaqueu: o cabo Gérson Luiz Ferreira Corrêa Júnior.

“Essa equipe não é só o cabo Gérson”, diz o advogado Flávio Ferreira. “Existe um número de pessoas que trabalhavam e continuam trabalhando lá [inteligência da PM] e que na época ele [Zaqueu] conhecia. Dentre elas, está o cabo Gérson e mais uma meia dúzia de pessoas”, continuou. “Dizer que foi o cabo Gérson também não está correto. Zaqueu não disse isso”, concluiu.

“Zaqueu nunca pediu para
ouvir ‘a, b ou c’. Não tinha conhecimento se algum civil estava sendo ouvido. Foi informado pela equipe de inteligência e confiou”

Esse grupo, segundo o advogado, é formado por militares que continuam exercendo funções na PM, no Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e na Polícia Federal.

O coronel Zaqueu está preso há pouco mais de um mês por uma decisão do juiz Marcos Faleiros, da 11ª Vara Militar de Cuiabá, que também determinou a prisão do cabo. Zaqueu é acusado de ser um dos mandantes das escutas ilegais feitas contra pessoas de interesse da cúpula do governo estadual.

‘Ele confiou’
A denúncia do caso, que ficou conhecido como “barriga de aluguel”, foi feita pelos promotores Mauro Zaque de Jesus e Fábio Galindo enquanto eles respondiam como secretário e adjunto da Secretaria de Estado de Segurança Pública, em 2015.

Segundo eles, os grampos ilegais começaram na campanha eleitoral de 2014 ao governo do Estado e continuaram até o final de 2015. 

Gcom

Coronel Zaqueu

 Ex-comandante da PM está preso há 1 mês

As autorizações foram dadas pelo juiz Jorge Alexandre Ferreira, que respondia à época pela Vara Criminal de Cáceres. Os números foram incluídos em uma investigação que apurava a participação de militares no tráfico de drogas e venda ilegal de armamentos na região – os alvos não tinham qualquer relação com a investigação da PM.

Segundo o advogado de Zaqueu, o contato do coronel com o magistrado se dava apenas de modo formal, por meio de ofícios e conversas por um endereço de e-mail, ao qual o cabo Gérson também teria acesso.

“Zaqueu nunca pediu para ouvir ‘a, b ou c’. Não tinha conhecimento se algum civil estava sendo ouvido. Foi informado pela equipe de inteligência que eram militares e confiou. Então, nunca recebeu ordens de ninguém para colocar esses números, assim como também nunca pediu”, afirmou o advogado.

Outras prisões
Na semana passada, outros seis militares foram presos por decisão do desembargador Orlando Perri, responsável pelo caso no Tribunal de Justiça.

O coronel Evandro Ferraz Lesco, secretário-chefe afastado da Casa Militar, o coronel Ronelson Barros, secretário-adjunto também afastado da pasta, o tenente-coronel Januário Antônio Batista, comandante do 4º Batalhão em Várzea Grande, e o cabo Euclides Torezan, cedido ao Gaeco, foram presos preventivamente por participação no esquema de grampos telefônicos.

Além deles, o corregedor-geral da PM, coronel Alexandre Mendes, e o diretor de inteligência da PM, Victor Fortes, também chegaram a ser presos por vazamento de informações sobre as prisões de sexta-feira (23), mas foram soltos por meio de Habeas Corpus.

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