Há quase 45 dias a Prefeitura de Cuiabá paga pelo aluguel de um caminhão que não tem condições prestar o serviço para o qual foi contratado.
A informação consta em um comunicado interno da Secretaria Municipal de Saúde, pasta que firmou o contrato com a empresa Multipark Comércio e Serviço Representação LTDA.
O documento, datado do dia 18 de junho, partiu do coordenador especial de rede assistencial de Serviços, José Adriano Mendes, e foi direcionado ao secretário-adjunto de Planejamento e Operações, Milton Corrêa da Costa Neto.
O texto descreve que o veículo está “fora dos padrões” previstos no Código de Trânsito Brasileiro, ou seja, “em mau estado de conservação, comprometendo a segurança, ou reprovado na avaliação de inspeção de segurança e de emissão de poluentes e ruídos”.
Pelo caminhão, de acordo com o contrato firmado com a Multipark, a Prefeitura de Cuiabá paga mensalmente R$ 12,4 mil. Desde que o pedido de troca do veículo foi feito, portanto, já foram desembolsados aproximadamente R$ 31 mil.
O contrato
O contrato foi firmado em abril e prevê o aluguel de dois veículos semelhantes pelo período de um ano, o que vai custar ao município um total de R$ 297,6 mil.
Entre as exigências está a de que os caminhões tenham todos os equipamentos e acessórios obrigatórios, de acordo com o Código de Trânsito. Também, que sejam rastreados e que contenham baú com prateleiras e piso lavável.
A destinação deles é transportar medicamentos para unidades de saúde urbanas e rurais da Capital.
A propriedade
O contrato entre a Prefeitura e a Multipark prevê que a empresa terá que substituir o veículo, no caso de ele não servir para o propósito da secretaria de Saúde.
O veículo que o coordenador José Adriano apontou como impróprio, entretanto, não está em nome da empresa. Trata-se de um Ford F 4000, ano 2002, que pertence a Douglas Castro, de acordo com documento obtido pela reportagem do LIVRE.
Uma denúncia anônima aponta, entretanto, que nem o próprio Douglas seria, de fato, o dono do veículo. Ele pertenceria ao próprio secretário-adjunto Milton Corrêa da Costa Neto, a quem o pedido de substituição – que até hoje não foi atendido – foi encaminhado.
Outro lado
Procurado pela reportagem, o secretário-adjunto afirmou por meio de nota que não é o proprietário do caminhão.
Disse ainda que “a Secretaria Municipal de Saúde vai fazer a avaliação das condições do veículo e, caso seja necessário, fará a solicitação de troca”.