Mato Grosso

CPI encontra milhares de remédios “sem origem” estocados em Cuiabá

Lista de produtos que não se sabe de onde vieram contém 200 itens, desde medicamentos para pacientes da covid-19 a água oxigenada

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CPI encontra milhares de remédios “sem origem” estocados em Cuiabá
(Foto: Reprodução/Assessoria Câmara de Cuiabá)

A CPI dos Medicamentos, instalada na Câmara de Cuiabá, tenta identificar cerca de 200 produtos no estoque do centro de distribuição municipal (CDMIC). Eles não têm registro de origem. 

Os itens representariam milhares de unidades. A lista contém medicamento que deveria ser receitado a pacientes com covid-19, como midazolan 15 miligramas; e também de uso mais comum, como o antibiótico ampicilina, indicado para tratamento de infecção no sistema respiratório e urinário. 

“Nós estamos tentando identificar esses produtos, mas até agora não conseguimos. A secretaria [de Saúde de Cuiabá] tem dificultado o trabalho de investigação. O medicamento está em estoque e não sabemos de onde veio e nem para quem veio. Ou seja, não há movimentação”, afirmou o vereador Marcos Paccola (Cidadania). 

Também há produtos comuns como água oxigenada, anestésico, cateter e dreno.

Os membros da CPI não descartam que a dificuldade para o rastreamento dos itens seja causada pela gestão de “troca de crédito” que ocorria no CDMIC desde ao menos 2017.  

Esse tipo de serviço foi denunciado pela ex-secretária de Saúde, Elizeth Lúcia Araújo, em oitiva no início de agosto. Ela afirmou em depoimento que os fornecedores “permutavam” os medicamentos de acordo com a demanda do CDMIC. 

Nesta sexta-feira (1º), o vereador Marcos Paccola disse que esse tipo de transação pode ter servido para manipular a movimentação financeira na compra de medicamentos. “Uma vez que não sabemos de onde vem o remédio e nem de quem, fica difícil sabemos quanto custou e por quanto foi comprado e nem o que foi dado em troca”, afirmou. 

Segundo ele, num cenário mais amplo, essa situação poderia ser relacionada à compra de medicamento que foi entregue ao CDMIC, caso identificado pela Polícia Federal na operação deflagrada nessa quinta-feira (30). 

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