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Coronavírus: fluxo de passageiros no transporte coletivo diminuiu em Cuiabá

Parte dos passageiros usa máscara como forma de proteção. Na rua, só quem precisa mesmo trabalhar para pagar as contas

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Coronavírus: fluxo de passageiros no transporte coletivo diminuiu em Cuiabá
(Foto: Ednilson Aguiar/ O Livre)

Dois dias após órgãos públicos anunciarem que fechariam as portas, o fluxo de veículos diminuiu visivelmente no Centro de Cuiabá. Nesta quarta-feira (18), só o número de ônibus circulando permanecia igual, mas a quantidade de passageiro teve baixa. Quem saiu de casa, se disse receoso. O medo é do novo coranavírus.

Patrícia Moraes, que auxilia os passageiros na Estação Bispo notou a diminuição.

“O fluxo não está normal, diminuiu bastante. Alguns já estão descendo aqui com máscara. Acho que é o medo”, arrisca.

Dentro de um dos ônibus que vai para a região central da cidade, se escuta o argumento quase em uníssono: “quem precisa trabalhar, tem que sair de casa”.

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Aldinei João da Silva, 45, vende café e quitutes na praça da estação de segunda a sexta-feira. Nesta quarta, segundo ele, a circulação de passageiros – e consequentemente de clientes – foi drasticamente menor que o normal.

Por volta de 7h15, boa parte dos produtos ainda não haviam sido vendidos. Em dias normais, no mesmo horário, os francisquitos e biscoitos de polvilho já teriam esgotado.

(Foto: Ednilson Aguiar/ O Livre)

Sem um “plano B”, Aldinei diz contar com a ajuda divina. “Só por Deus mesmo. Não tem como ficar em casa, preciso trabalhar, porque conta não para de chegar”.

Maria Penha, 51, se preparava para entrar na estação e pegar um dos coletivos. Ela deixava o plantão do trabalho na Santa Casa e seguia para realizar exames.

Com sintomas de gripe, a prestadora de serviços gerais, decidiu sair na rua de máscara.

Ela diz pensar nos netos que cria em casa. “É bom para prevenir por causa das crianças. A gente tem medo”. Mas após os exames, sem muita alternativa, ela seguiria para outro trabalho.

(Foto: Ednilson Aguiar/ O Livre)

Na Praça Ipiranga, a estação de ônibus também não estava com o fluxo habitual.

A vendedora de passes do transporte coletivo não sabe precisar a queda na movimentação de passageiros, mas afirma que o número “diminuiu bastante”.

Fluxo de pedestres

O trânsito de pedestre na praça também reduziu. Quem aponta é a varredora de rua Maria da Luz, 66. Ela cumpre a jornada de trabalho das 6h às 15h. Sem nenhuma proteção, diz que não está intimidada pelo vírus.

Um pouco mais a frente, na Praça Maria Taquara, Lídia Gomes, 32, desembarca da linha 730 com o filho. Os dois saíram de casa com máscaras.

(Foto: Ednilson Aguiar/ O Livre)

“A gente entra nos ônibus, toca nas barras de segurança, na cordinha para avisar da parada. Outras pessoas fazem isso também e a gente não sabe o que elas têm, de onde vêm”, argumenta.

O problema é que, segundo a autônoma, não há outra alternativa para ela e moradores que dependem do transporte público. “A gente tem que sair de casa e só tem o ônibus mesmo”.

Medidas da MTU

A Associação Mato-grossense dos Transportadores Urbanos (MTU) divulgou medidas a serem adotadas no transporte público coletivo de Cuiabá e Várzea Grande. A ideia é minimizar os riscos à saúde de passageiros e de profissionais.

Aos passageiros é recomendado que:

  • Idosos devem evitem os horários de pico nos transportes públicos;
  • Nos ônibus sem ar condicionado, mantenha as janelas abertas para uma melhor circulação do ar, quando for possível;
  • Lave sempre as mãos com sabão até a metade do antebraço, esfregando também as partes internas das unhas;
  • Quando não for possível lavar as mãos limpe-as com álccol em gel 70% INPM;
  • Evite cumprimentar com beijos, apertos de mãos e abraços;
  • Evite tocar nas áreas do rosto (principalmente nariz, olhos e boca) antes de higienizar as mãos;
  • Quando tossir ou espirrar, proteja a boca na parte interna do antebraço;
  • Utilize lenços descartáveis quando estiver com nariz escorrendo;
  • Evite sair de casa caso apresente sintomas de gripe ou similar;

Aos funcionários a recomendação é que:

  • Nos ônibus com ar condicionado, utilize o sistema no modo de ventilação aberto, de forma a trocar o ar com o exterior;
  • Nos ônibus sem ar condicionado, mantenha as janelas abertas para uma melhor circulação do ar, quando for possível;
  • Reforçar a limpeza diária interna dos veículos, a desinfecção e limpeza de balaústres e pega-mãos.

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