Cidades

Coparticipações: mães relatam cobranças abusivas durante audiência pública

Vereador Diego Guimarães propôs ser o mediador de uma reunião entre os envolvidos para sanar os impasses

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Coparticipações: mães relatam cobranças abusivas durante audiência pública

Em audiência pública realizada na Câmara Municipal nesta sexta-feira (24), mães que usam os serviços da Unimed Cuiabá relataram a dificuldade nos tratamentos e alegaram não ter condições de pagar a cobrança abusiva de coparticipação realizada pelo plano de saúde.

Cristiane Ignez Barbieri Simão, mãe de duas crianças especiais, apontou a dificuldade de conseguir tratamento. Ela relata, que a negativa do plano em fornecer home care para seu filho quase lhe custou a vida.

“O que quero é que a Unimed veja  que não adianta ter prédio bonito e não ter profissional para atender. Não é fácil viver na luta que a gente vive, sem suporte. Para quem está de fora é fácil, mas é preciso olhar para todas as patologias, porque as mães ficam desesperadas . Dou a  vida pelos meus filhos todos os dias para que eles tenham uma vida que merecem  e receber uma cobrança absurda por algo que eles não fornecem é inadmissível”, disse Cristiane.

(Foto: Natália Araújo / O LIVRE)

A Unimed foi oficiada para participar da audiência, porém, não compareceu. O vereador Diego Guimarães (Cidadania) foi quem propôs a audiência e, no encontro, sugeriu uma reunião de conciliação e mediação com a empresa, a Defensoria Pública, o Ministério Público, o Procon e representantes dos pais.

Além disso, ele defendeu que se faz necessário oficiar o governo do Estado com a ata da audiência para que sejam alocados recursos e coloque em Cuiabá ampliando o atendimento de pacientes que precisam de terapias contínuas. “Nossa intenção é de fazer o diálogo. A situação é muito séria e atinge não só um pai, mas centenas de famílias que precisam desse serviço”.

O vereador ainda lembrou que em fevereiro de 2021 a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) ampliou o Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde. Com isso, estão definidos os novos exames e tratamentos que passam a fazer parte da lista obrigatória dos planos de saúde.

Carolina Antunes, terapeuta ocupacional explica que o trabalho que ela exerce com os pacientes é extremamente importante para o desenvolvimento das crianças com necessidades especiais. “Esse tratamento precisa sim ser garantido porque a falta dessas terapias representa um retrocesso enorme na vida desses pacientes”.

Representando a Defensoria Pública, Carlos Eduardo, afirmou que é preciso entender que essa cobrança não é correta. “Viola o princípio da boa fé objetiva, porque criou uma expectativa do tratamento e passou a cobrar. A defensoria está aberta para tentar, da melhor forma possível contribuir para que esses usuários não sejam penalizados”.

Diony Barbosa, também mãe de criança com necessidade especial, usou a tribuna de forma emocionada e afirmou que a Unimed garantiu que não cobraria coparticipação da terapia conquistada na Justiça. “Quando aderimos ao plano de saúde a gente pensa que vai usar em uma eventualidade, mas não foi, meu filho foi diagnosticado com autismo e a Unimed me garantiu que não cobraria pelo tratamento. Nossos filhos precisam de terapia intensiva, permanente e contínua, só queremos tratamento digno para nossos filhos”.

O que a Unimed tem a dizer sobre o assunto

A Unimed Cuiabá informou por meio de nota que as cobranças são legais.

Leia nota na íntegra:

A Unimed Cuiabá  vem a público manifestar que a cobrança da coparticipação é legal e está prevista em contratos nesta modalidade. Beneficiários buscaram na justiça por tratamentos não cobertos pelo rol da Agência Nacional de Saúde (ANS), em clínicas NÃO credenciadas, e todas as liminares estão sendo atendidas.

Sendo assim, o valor cobrado por estes prestadores é acima do praticado pela rede Unimed Cuiabá e pelo próprio mercado. Consequentemente, impactando na coparticipação que é proporcional ao valor das terapias“.

(Informações das Assessorias)

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