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Blairo teria feito empréstimo ilegal de R$ 130 milhões junto ao BicBanco

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Blairo teria feito empréstimo ilegal de R$ 130 milhões junto ao BicBanco

Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

Blairo Maggi, ministro da Agricultura

O ex-governador de Mato Grosso e atual ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi (PP), teria contraído um empréstimo ilegal de R$ 130 milhões junto ao Bic Banco para sanar dívidas da Secretaria de Estado de Infraestrutura (Sinfra). O débito teria sido quitado “de forma dissimulada, com a utilização de pessoas jurídicas diversas”.

A informação consta em decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux, do último dia 6 de setembro. Blairo é investigado no âmbito das operações Ararath e Malebolge por supostos desvios cometidos durante e depois de sua gestão e também por tentativa de obstrução à Justiça.

De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), foram juntadas provas de que, entre 2009 e 2013, o grupo liderado por Blairo Maggi utilizou a instituição financeira clandestina para operar transações fora do alcance dos órgãos de controle. A PGR afirma que os empréstimos junto ao banco teriam servido para pagar dívidas de campanha e com o grupo político liderado por Blairo e pelo ex-governador Silval Barbosa (PMDB).

O ministro teria conversado diretamente com José Bezerra de Menezes, à época proprietário do Bic Banco, para solicitar que todos os empréstimos pedidos pelo então secretário Eder Moraes fossem liberados pela instituição financeira.

Uma ação de busca e apreensão na casa de Eder encontrou uma “Carta Fiança” assinada por Blairo e direcionada ao Bic Banco no valor de R$ 5 milhões.

Silval afirma em sua colaboração premiada que ele e Blairo assumiram a dívida por medo de que os empresários do Bic Banco denunciassem à Justiça as irregularidades nos empréstimos.

Em decisão do último dia 06 de setembro e cumprida nesta quinta-feira (14/9), o ministro Luiz Fux autorizou busca e apreensão na residência de José de Menezes e também em endereços residenciais e comerciais de Maggi.

Sobre o empréstimo, o ministro informou, por meio de sua assessoria, que não irá se posicionar neste momento. Sobre a Operação Malebolge, Maggi afirma que nunca agiu de maneira ilícita enquanto esteve à frente do governo de Mato Grosso e também não agiu para obstruir a Justiça. Veja a nota completa.

Nota do ministro Blairo Maggi

Sobre a operação realizada pela Polícia Federal nesta quinta-feira (14), esclarecemos que:
1. Nunca houve ação, minha ou por mim autorizada, para agir de forma ilícita dentro das ações de Governo ou para obstruir a justiça. Jamais vou aceitar qualquer ação para que haja “mudanças de versões” em depoimentos de investigados. Tenho total interesse na apuração da verdade.

2. Ratifico ainda que não houve pagamentos feitos ou autorizados por mim, ao então secretário Eder Moraes, para acobertar qualquer ato, conforme aponta de forma mentirosa o ex-governador Silval Barbosa em sua delação.

3. Jamais utilizei de meios ilícitos na minha vida pública ou nas minhas empresas. Sempre respeitei o papel constitucional das Instituições e como governador, pautei a relação harmônica entre os poderes sobre os pilares do respeito à coisa pública e à ética institucional.

4. Por fim, ressalto que respeito o papel da Justiça no cumprimento do seu dever de investigação, mas deixo claro que usarei de todos os meios legais necessários para me defender e reestabelecer a verdade dos fatos.

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