Ednilson Aguiar/O Livre
Conselheiro foi afastado por decisão do ministro Luiz Fux
O ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Antonio Joaquim afirmou que irá adiar sua aposentadoria do órgão, depois que o Ministério Público Federal (MPF) deflagrou a Operação Malebolges, na manhã desta quinta-feira (14/9). O conselheiro afirmou que continuará no TCE até que a investigação seja concluída.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux afastou Antonio Joaquim e outros quatro conselheiros na decisão que autorizou a deflagração da operação. Além dele, Waldir Teis, Valter Albano, José Carlos Novelli e o conselheiro afastado Sérgio Ricardo estão impedidos de exercerem funções no TCE.
Antonio Joaquim já havia dado entrada em processo de aposentadoria do órgão para se dedicar à vida política. Ele já atuou como deputado estadual por dois mandatos, deputado federal por um mandato e ainda ocupou secretarias do governo do Estado.
O conselheiro nega ter recebido parte dos R$ 50 milhões citados pelo ex-governador Silval da Cunha Barbosa (PMDB) em seu acordo de colaboração premiada com o MPF. Os depoimentos do ex-governador e de seu ex-chefe de gabinete, Silvio Cézar Corrêa de Araújo, serviram de base para a operação do MPF.
“Sobre as denúncias, reafirmo que nunca recebi nenhuma vantagem indevida para exercer o cargo que ocupo e nunca autorizei qualquer pessoa a falar em meu nome. Lembro que ao longo de toda a minha vida pública nunca fui alvo de qualquer denúncia de corrupção”, afirmou em nota.
Veja a nota completa do conselheiro:
Ao longo de 36 anos de vida pública, sempre pautei a minha conduta pela honestidade, legalidade, legitimidade e transparência nos atos praticados.
Sou conhecido pela coerência, franqueza e coragem nos posicionamentos e julgamentos no TCE-MT – onde atuo desde o ano 2000.
Em muitos momentos da vida, fui até criticado pela dureza e sinceridade, pois nunca fui um homem dado a dissimulações.
Faço os enfrentamentos necessários sempre à luz solar e de cabeça erguida, na perspectiva de ser sempre justo e propositivo.
É com essa premissa que recebo a informação do meu afastamento do cargo de conselheiro do TCE-MT.
Tenho profundo respeito pelas instituições e espero que a investigação em curso seja rápida, para que eu possa resgatar a minha cidadania sequestrada por essa decisão.
Estou a disposição do Poder Judiciário e do Ministério Público Federal para esclarecer quaisquer questionamentos.
Sobre as denúncias, reafirmo que nunca recebi nenhuma vantagem indevida para exercer o cargo que ocupo e nunca autorizei qualquer pessoa a falar em meu nome. Lembro que ao longo de toda a minha vida pública nunca fui alvo de qualquer denúncia de corrupção.
Como é de conhecimento público, tinha solicitado a minha aposentadoria do cargo (cujo processo encontra-se em trâmite) para retomar a minha vida político-partidária.
A decisão judicial me obriga a suspender tal medida, vez que terei que continuar no cargo (afastado do exercício da função) até que seja concluída a investigação.