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Agronegócio deve injetar até R$ 237 bilhões no País

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Agronegócio deve injetar até R$ 237 bilhões no País

Agência Estado

Colheita de Soja

 

Em meio à crise, a agricultura é um dos poucos setores da economia brasileira que têm o que comemorar em 2017. Alavancada pela dobradinha soja e milho, a receita da produção de grãos, que começa a ser colhida na região central do país e parte do Sul, deve passar dos R$ 200 bilhões em 2017.

O valor é recorde, assim como o volume da produção. Além disso, os ganhos estão acima da inflação, diferentemente de setores como a indústria e o comércio. Os números dão ânimo à economia nas cidades do interior e traz alívio aos preços dos alimentos, que foram os vilões do custo de vida no ano passado.

A agropecuária, segundo os dados mais recentes do IBGE, representou mais da metade da atividade econômica em 1.135 municípios do país.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima uma supersafra de até 215,3 milhões de toneladas de grãos, cuja renda pode passar dos R$ 237,7 bilhões. O economista da CNA Renato Conchon diz que a receita deste ano avança quase 14% em relação à de 2016, descontada a inflação.

Já o economista Fabio Silveira, sócio da consultoria MacroSector, prevê safra um pouco menor, de 211,4 milhões de toneladas, admitindo riscos de perdas. Ele estima receita de R$ 226,1 bilhões, com crescimento real de quase 16%.

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Clima
Em relação à safra anterior, o clima é um dos principais fatores de otimismo. No ciclo 2015/16, a irregularidade nas chuvas resultou em perdas de cerca de 7 milhões de toneladas só na safra de milho. De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o prejuízo financeiro com baixa produtividade passou a casa dos R$ 2 bilhões.

Para o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, desta vez o cenário é muito mais favorável.”Tivemos problemas em relação ao clima e orçamento na última safra, diferentemente deste ciclo”, afirma.

Nas cidades do médio norte, onde 44% da área já foi colhida, a produtividade das lavouras chega a 68 sacas por hectares, ante as 47 registradas em 2016. Em algumas, segundo a Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja), há registros de 76 sacas por hectare.

Reflexo
O dinheiro que começa a circular no interior de Mato Grosso aquece o comércio local. A rede de lojas Havan, por exemplo, especializada em vestuário, tem 7 lojas no Estado. Destas, quatro estão em cidades do agronegócio, nas quais as vendas aumentaram em média 20% em janeiro, se comparadas com o mesmo período do ano anterior.

Em dezembro, foi registrado um crescimento de 84% na compra de máquinas agrícolas, em relação ao ano anterior. Com sete lojas no Estado e no vizinho Mato Grosso do Sul, a Iguaçu Máquinas Agrícolas diz que o volume de vendas cresceu entre 10% e 15% desde novembro. “Esta é uma região de puro agronegócio e não sentimos a crise”, disse Mario Guilherme Lange, gerente da empresa em Rondonópolis (MT).

Neste ano, segundo ele, apareceram agricultores interessados em comprar equipamentos à pronta entrega, o que não é usual. O gerente notou uma procura maior por colheitadeiras modernas e de grande porte. “São as ‘Ferraris’ do campo, que chegam a custar R$ 1,5 milhão”, disse.

Para o vice-presidente da Aprosoja, Elson Pozzobon, os bons ventos que sopram do campo trarão amplos reflexos para o país. “A agricultura vai ajudar a economia a sair da letargia.”

(Com Agência Estado)

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