A Polícia Federal cumpriu na manhã de hoje (27) mais quatro mandados de busca e apreensão relativos à operação Ararath, que investiga crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e contra o sistema financeiro. A decisão é do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Os advogados Ricardo Saldanha Spinelli e Ocimar Carneiro de Campos são alvos da operação – que ganhou fôlego com a delação do ex-governador Silval Barbosa (PMDB). Os mandados estão sendo cumpridos nas casas e escritórios deles.
Os dois são suspeitos de ajudar o deputado estadual Gilmar Fabris (PSD) a ocultar provas. Ocimar é cunhado do parlamentar, que está preso desde o dia 15. Ele saiu de casa às 5h34 da manhã do dia 14 com uma pasta, minutos antes de a Polícia Federal deflagrar a Operação Malebolge e cumprir busca e apreensão na casa de Fabris e outros deputados. O deputado alega que havia apenas objetos pessoais na maleta.
A Polícia Federal analisou as câmeras de segurança do restaurante Bolo de Arroz, onde Fabris tomou café naquele dia, e narrou que os dois advogados acompanhavam a família do deputado. Segundo a decisão, Ocimar foi ao carro de Fabris no estacionamento e retirou a valise preta com a qual o deputado havia saído de casa pela manhã, retirou os documentos da pasta e entregou a Spinelli, que levou os papéis embora.
Segundo o ministro Fux, há indícios de que os dois advogados praticaram o “crime de embaraçamento de investigação de crime que envolva organização criminosa”. Na decisão, Fux observa que Spinelli é advogado de Eder Moraes e Valdir Piran, também investigados na Operação Ararath.
O Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Mato Grossop acompanha as buscas para assegurar que sejam respeitadas as prerrogativas dos advogados.
