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A história do rio misterioso que atraiu Rondon e um ex-presidente dos EUA

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A história do rio misterioso que atraiu Rondon e um ex-presidente dos EUA

Reprodução

Rondon

Da esquerda para a direita (sentados): Father Zahm, Cândido Rondon, Kermit, Cherrie, Miller, quatro brasileiros, Roosevelt, Fiala. Foto tirada em 1914 durante a expedição científica Rondon-Roosevelt


No Brasil, o dia 5 de maio é conhecido como o Dia das Comunicações em homenagem ao aniversário de Cândido Mariano da Silva “Marechal” Rondon. Nascido em Santo Antônio do Leverger (a 35 km de Cuiabá), em 1865, e de família de indígenas por parte dos bisavôs, ele é uma figura importante do desenvolvimento de Mato Grosso e do Oeste brasileiro.

Ainda como aluno da escola militar do Rio de Janeiro, foi nomeado chefe do Distrito Telegráfico de Mato Grosso e escolhido para a implantação da linha telegráfica que ligaria o Estado à Goiás. Dirigiu também a construção da linha telegráfica entre Cuiabá e Corumbá, o que permitiu que o governo alcançasse a fronteira Oeste do país e melhorasse a comunicação dessa região com o resto do país.

Graças a esse trabalho, Rondon foi homenageado na criação de um novo Estado à época: Rondônia. Em 1913, o ex-presidente dos Estados Unidos, Theodore Roosevelt, mudou os planos que tinha para uma viagem ao Brasil e Argentina e decidiu acompanhar a expedição do marechal até as nascentes do rio da Dúvida, que havia sido descoberto pelo brasileiro. Como o nome dizia, ainda não se sabia muito sobre o curso d’água. A missão era descobrir para qual direção o rio corria, ou seja, se ele pertencia à Bacia Amazônica, ou à Bacia do Rio da Prata. 

Partindo de Cáceres, às margens do rio Paraguai, o grupo formado por 15 pessoas seguiu a pé mata adentro para chegar à nascente do rio da Dúvida e enfrentou todo o tipo de dificuldades que uma expedição no início do século XX, dentro da floresta Amazônica, poderia imaginar. Cardumes de piranhas, malária, escassez de mantimentos, canoas que furavam e o medo da proximidade com índios Cinta Larga foram constantes na viagem.

Chegaram à nascente do rio da Dúvida em 27 de fevereiro de 1914 para enfim começar a percorrer o caminho das águas. Entretanto, com menos de um quarto da viagem já percorrida, doenças e falta de alimento começavam a tornar a expedição inviável. Roosevelt havia contraído uma infecção na perna, o que deixou o grupo preocupado. No caminho, encontraram um grupo de seringueiros que ofereceram comida e abrigo.

Depois de mais de mil quilômetros percorridos, em 30 de abril de 1914, a expedição chegou ao fim na confluência dos rios Aripuanã e do então chamado rio da Dúvida, na região do Castanho, no Amazonas, o que confirmou a dúvida sobre o curso do rio. Roosevelt partiu para Manaus e lá chegou com a saúde bastante debilitada por conta dos problemas que enfrentou. Ele morreria cinco anos depois, e acredita-se que as sequelas da viagem contribuíram para o fim do ex-presidente.

Confira abaixo algumas imagens desta expedição, que fez do menino nascido em Santo Antônio do Leverger um figura reconhecida mundialmente, indicada três vezes ao prêmio Nobel da Paz.

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