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“A hanseníase cresce em MT em razão da nossa incompetência”

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“A hanseníase cresce em MT em razão da nossa incompetência”

Ednilson Aguiar/Olivre

 Pedro Taques

Governador Pedro Taques: admitir o problema é o primeiro passo para resolvê-lo

Estado que apresenta as maiores taxas de prevalência e incidência de hanseníase no país, e é considerado região de endemia da doença – Mato Grosso possui um novo Plano Estratégico de Enfrentamento da Hanseníase, que passa a valer até 2020.

O documento foi assinado pelo governador Pedro Taques (PSDB) e o secretário de Saúde do Estado Luiz Soares, nesta quarta-feira (31). A solenidade marca o Janeiro Roxo, campanha nacional “Todas Contra a Hanseníase” de 2018.

“Segundo a Organização Mundial de Saúde, o Brasil cresce no ranking internacional de Lepra e isso muito em razão do Estado de Mato Grosso, em razão da nossa incompetência, da falha, omissão e falta de responsabilidade e nós precisamos resolver esse problema”, afirmou Pedro Taques.

O governador também comentou o atraso nos repasses ao municípios. “Eu assumi o compromisso na campanha de apresentar projeto para repassar mais recursos aos municípios para atenção básica e primária e estamos fazendo isso. Estamos atrasados, mas se não tívessemos aprovado a lei é que estaríamos em dívida”, finalizou. Segundo ele, o Estado está complementando o salário de três, dos sete mil agentes de saúde.

A hanseníase é uma doença crônica e infectocontagiosa – até o início do tratamento –, que se manifesta principalmente por manchas no corpo e alteração da sensibilidade, podendo gerar incapacidades permanentes. Recorrente em regiões de maior desigualdade social, a doença milenar é conhecida biblicamente como Lepra e ainda é alvo de estigmas e preconceitos.

Mato Grosso apresenta nível hiperdêmico da doença, ou seja, estado de recorrência habitual, registrando as maiores taxas de prevalência e incidência no Brasil. No último ano, 15 pessoas a cada grupo de 10 mil habitantes foram infectadas com a doença, totalizando 5.182 infectados – sendo que o aceitável seria um a cada 10 mil.

Segundo a secretária-adjunta de Políticas e Regionalização, Maria José Vieira da Silva, a intenção do plano é colocar em prática a reestruturação técnica e financeira do Centro de Referência Estadual, a organização da assistência hospitalar em 12 regiões do Estado, além do matriciamento da atenção primária e a estruturação dos serviços regionalizados.

“Para isso, a secretaria vai atuar no apoio técnico das qualificações e capacitações da atenção primária nas unidades de referência regional e estadual”, afirma.

Entre as ações também está prevista a implantação de laboratórios, com atenção especializada e regionalizada, nos municípios de Alta Floresta, Barra do Garças, Cáceres, Cuiabá, Juína, Peixoto de Azevedo, Querência, Sinop e Várzea Grande.

Além disso, o incentivo financeiro para as unidades será retomado com o montante de R$ 120 mil anual, para cada laboratório. “Inclusive com a aquisição de equipamentos e materiais de uso rotineiro nessas unidades”, explica a secretária.

Segundo os gestores presentes na solenidade, além do abandono do tratamento, a subnotificação é a maior causa dos índices de plevalência no Estado. “A baixada cuiabana é o que mais nos preocupa, pois tem o menor índice de detecção da hanseníase”, afirmou a secretária de Saúde de Cuiabá e presidente do Conselho de Secretarias Municipais, Elizeth Araújo.

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