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A 9ª melhor do mundo e tão pouco acessível: entenda as contradições da internet brasileira

Pesquisa identificou o que provedores de internet no Brasil tem feito para solucionar o problema de conectividade de algumas regiões

3 minutos de leitura
A 9ª melhor do mundo e tão pouco acessível: entenda as contradições da internet brasileira
(Foto: Andrea Piacquadio / Pexel)

Um levantamento recente realizado pela Ookla, empresa de análise de tráfego, revelou que o Brasil está entre os 10 melhores países em termos de qualidade de internet. Com velocidades de download e upload impressionantes e estabilidade de conexão, o país se destaca como um ambiente propício para o home office e o estilo de vida de nômades digitais. O desafio, agora, é expandir essa rede para locais pouco assistidos. E se você pensa que o principal problema é levar cabos ou satélites a essas regiões, pode estar enganado. Na verdade, um recurso escasso são os endereços IP.

Outra pesquisa, realizada pela A10 Networks, intitulada “Provedores de serviços de comunicação globais: o crescimento do mercado alimenta os investimentos em segurança”, aponta que 69% dos provedores de serviços de comunicação do Brasil e do México já estão tentando resolver o problema.

Mais da metade dos entrevistados planeja expandir suas redes para um aumento significativo na base de assinantes. Além disso, 31% planejam construir data centers adicionais para fornecer capacidade adicional a outros provedores de serviços. Mas a solução para esse problema exigirá tempo. O estudo não aponta uma estimativa de prazos, mas cita que entre os desafios a serem superados está a transição de sistemas.

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Como superar a escassês de endereços IP?

Um endereço IP (Internet Protocol) é um conjunto único de números atribuído a cada dispositivo conectado a uma rede de computadores. Se você tem um pacote de internet em casa e outro no celular, por exemplo, terá um número IP para cada uma delas.

Atualmente, existem dois tipos principais de endereços IP: IPv4 (Internet Protocol version 4) e IPv6 (Internet Protocol version 6). O IPv4 é composto por 4 grupos de números separados por pontos. Algo assim: 192.168.0.1. Essa versão tem possibilidade de combinações limitada e já está esgotando em algumas regiões do mundo, justamente, devido ao crescimento exponencial da Internet e do número de dispositivos conectados.

Lembra quando as operadoras de telefonia celular precisaram adicionar um 9 a mais nos números? É quase a mesma coisa.

O IPv6 é uma versão mais recente, desenvolvida para substituir gradualmente o IPv4. Os endereços IPv6 são compostos por 8 grupos de números separados por dois pontos. Além disso, são representados por combinações alfanuméricas, como por exemplo: 2001:0db8:85a3:0000:0000:8a2e:0370:7334. Essa versão tem uma possibilidade de combinações muito maior, permitindo um número quase ilimitado de endereços IP.

No entanto, a transição para o IPv6 é uma tarefa que apenas 30% dos provedores esperam concluir nos próximos dois ou três anos. E a pesquisa destaca que essa abordagem cautelosa, de transição gradual, pode dificultar a obtenção de endereços IPv4 no curto prazo.

Brasil tem a 9ª internet mais rápida do mundo

Apesar do problema, para quem vive em centros urbanos, a notícia é boa. O levantamento da Ookla, feito em 51 países, apontou que o Brasil tem a 9ª internet mais rápida do mundo. A velocidade de download média é de 100,38 Mbps (megabits por segundo). Já de upload é de 76,76 Mbps. Os dados são de conexões via fibra ótica.

E se você esperava ver uma lista com países como Estados Unidos e Canadá na nossa frente, mais uma surpresa!

Lista dos 10 países com a internet mais rápida do mundo

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