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Zaque e Galindo teriam apresentado o esquema de grampos em Power Point ao governador

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Zaque e Galindo teriam apresentado o esquema de grampos em Power Point ao governador

 

Ednilson Aguiar/O Livre

Promotor Mauro Zaque

Promotor de Justiça Mauro Zaque: em depoimento, ele diz que insistiu várias vezes para que Taques coibisse o esquema de grampos

Os ex-secretários de Estado de Segurança Pública Mauro Zaque e Fábio Galindo afirmaram, em depoimento ao Ministério Público Estadual (MPE), que ainda no ano de 2015 chegaram a fazer uma apresentação em Power Point detalhando o esquema de grampos ilegais operado por militares do alto escalão do Governo Pedro Taques.

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Em depoimento, Zaque diz que insistiu várias vezes para que Taques coibisse o esquema de grampos. O governador Pedro Taques nega veementemente.

Os depoimentos foram dados ao Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco-MPE), por causa de uma representação feita pelo próprio governador Pedro Taques contra o promotor de Justiça Mauro Zaque – acusando-o de mentir sobre ter protocolado um ofício em relação ao caso dos grampos.

A investigação, porém, concluiu que o protocolo do governo é que foi fraudado para esconder a denúncia feita pelo promotor. Com isso, a Procuradoria Geral de Justiça arquivou a representação contra Mauro Zaque e uma investigação por improbidade administrativa será aberta contra o governador Pedro Taques.

O MPE afirma que “não restou comprovado” que Mauro Zaque tenha cometido quaisquer dos atos ilícitos dos quais o promotor era acusado pelo governador. O relatório indica que não há qualquer possibilidade de haver participação de Zaque na fraude feita ao protocolo.

O governador afirma que foi informado em duas conversas informais com Zaque sobre o esquema, e que sua resposta sempre foi “coloque no papel”. O promotor indicava a participação do então secretário da Casa Civil, Paulo Taques, e dos coronéis Zaqueu Barbosa, então comandante-geral da Polícia Militar, e Airton Siqueira, então chefe da Casa Militar, no esquema.

O primeiro ofício foi protocolado em 08 de outubro de 2015 e entregue em mãos ao secretário chefe do gabinete no governador, José Arlindo de Oliveira Silva. O governador afirma que soube da segunda denúncia por meio de um jornalista que teria apresentado um novo ofício com o mesmo número, protocolado desta vez na Casa Civil, em 14 de outubro, de autoria da Câmara Municipal de Juara. O segundo ofício teria sido “montado, produzido, falsificado, fraudado” – o caso veio à tona em maio com uma reportagem do Fantástico.

A denúncia original dos grampos continha nove páginas e quatro volumes anexos. De acordo com Galindo, a segunda denúncia, protocolada uma semana depois, tinha “um trabalho mais detalhado, envolvendo fatos mais graves, mais robustos, com autoridades (secretários possivelmente envolvidos) ”.

Os grampos teriam sido realizados pelos militares da cúpula do governo do Estado contra jornalistas, deputados e até mesmo duas mulheres ligadas ao ex-secretário Paulo Taques. De acordo com a denúncia, os telefones das vítimas foram incluídos em operações policiais contra o tráfico de drogas e o crime organizado, com quais os alvos não tinham qualquer relação.

Em 27 de setembro, a Polícia Judiciária Civil deflagrou a Operação Esdras, que visava desmontar um suposto esquema de obstrução das investigações do caso dos grampos.

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