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Vazio sanitário combate ferrugem asiática, que causa prejuízos milionários

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Vazio sanitário combate ferrugem asiática, que causa prejuízos milionários

Ednilson Aguiar/O Livre

Ednilson Aguiar / O Livre
Soja Pará – Ednilson Aguiar / O Livre

 Janela para semear soja em Mato Grosso neste ano será entre setembro e dezembro

Para evitar uma das principais doenças da soja, a ferrugem asiática, desde o último dia 15 está proibida a presença de plantas vivas nas lavouras da oleaginosa em Mato Grosso. A medida é conhecida como vazio sanitário – período em que não se pode semear ou manter plantas vivas de soja no campo. Durante três meses, produtores de Mato Grosso e de pelo menos mais dez Estados devem cumprir a regra, caso contrário, podem ser penalizados.

A praga amarela as plantas e faz cair as folhas, acarretando em perdas na produtividade. No Brasil, o custo para o controle da ferrugem ultrapassa a casa dos bilhões de dólares. O último levantamento publicado pelo Consórcio Antiferrugem – parceria público-privada para combate à doença – mostrou que o investimento dos produtores chegou a U$S 2,2 bilhões na safra 2013/14, com pelo menos três aplicações de fungicidas em 30 milhões de hectares.

A pesquisadora da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Claudine Seixas, explica que o período busca diminuir a possibilidade de incidência da doença, controlando a presença do fungo Phakopsora pachyrhizi causador da ferrugem asiática. “É uma doença severa, se ela chega cedo pode aumentar muito o custo de produção, sendo necessário mais aplicações de fungicidas”, explicou.

Em todo o país, foram registrados 471 focos da doença. Em Mato Grosso, foram 34 ocorrências, sendo sete delas nas lavouras de Campo Verde (136 km de Cuiabá). Mesmo com dezenas de casos, não foram registradas perdas importantes segundo o presidente da Aprosoja, Endrigo Dalcin.

Reprodução

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 Ministro da Agricultura sugere que vazio sanitário seja adotado por países vizinhos

Em maio deste ano, Brasil, Bolívia e Paraguai se uniram na criação do Grupo de Trabalho Antirresistência Latino-americano (GTA-Latam). Mato Grosso é considerado exemplo no combate à doença e servirá de modelo para as discussões no grupo, especialmente nos temas que envolvem o controle fitossanitário cultural, ou seja, sem a utilização de químicos, sendo o vazio sanitário uma das medidas mais eficazes, segundo especialistas.

À época, o ministro da Agricultura (Mapa), Blairo Maggi, disse que o método é interessante, mas sugeriu que o vazio sanitário precisa ser adotado em conjunto com os demais países da América do Sul. “Precisamos tratar isso com nossos vizinhos, pois a doença é transmitida pelo vento, e as correntes de ar que circulam em nosso continente podem trazê-la”, disse.

Multas
O produtor que não respeitar o prazo poderá ser multado em 30 UPFs (Unidade Padrão Fiscal), mais 2 UPFs para cada hectare identificado com plantas vivas ou soja guaxa, que germina involuntariamente através de grãos que sobram após a colheita ou que caem durante o transporte.

A Instrução Normativa 02/2015, que orienta sobre o período, foi publicada em conjunto pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec) e Instituto de Defesa Agropecuária (Indea-MT). Conforme o calendário agrícola da publicação, a janela para semeadura da soja neste ano será é de 16 de setembro a 31 de dezembro, sendo a colheita realizada até o dia 5 de maio.

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