A prática do aquariofilia – técnica de criar peixes em aquário – é milenar. Há registros da atividade há cerca de 4 mil anos, no Antigo Egito. Manter um peixe em casa cria uma ligação com a natureza, acalma e pode ser uma terapia para controlar o stress.
No Brasil, os lares de entusiastas já contam com 18 milhões de peixes ornamentais. E em breve, no que depender de uma pesquisa da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), espécies que vivem no Pantanal poderão estar entre eles.
O estudo é uma parceria com o projeto Bichos do Pantanal. A ideia é realizar um levantamento das espécies nativas com potencial para aquarismo.
“O objetivo é que dominando a tecnologia, essa atividade possa virar uma fonte alternativa de renda sustentável para economia local, com geração de emprego e aliada à educação ambiental e à preservação da natureza”, afirma o professor Claumir Muniz, que chefia o levantamento.
Em Mato Grosso, segundo Muniz, há 330 espécies catalogadas de peixe. Dessas 85% são de pequeno porte e têm potencial para a aquariofilia.
As pequiras – termo usado para se referir ao conjunto de pequenos peixes – têm um grande apelo para a atividade, principalmente pelos padrões de cores que apresentam.
Entre elas destacam-se o tetra-preto e alguns pequenos lambaris. Essa abundância de espécies pantaneiras remete ao potencial de desenvolvimento do aquarismo no Pantanal.
“Digamos que um pescador pega um pintado de 10 quilos e vende o kg desse animal por R$ 10. Ele pode criar cinco mil peixinhos e ter uma potencialidade de ganho muito maior“, explica o professor.
A pesquisa é feita em Cáceres (220 km de Cuiabá), região pantaneira de Mato Grosso. Ao fim dela, um manual também deve ser elaborado. A cartilha deve conter o conhecimento e a tecnologia usada para a criação dos peixes ornamentais em ambientes controlados.
Responsabilidade: aquariofilia é coisa séria
O professor lembra que, quem quer ter um aquário, tem que levar a prática a sério.
“As pessoas têm que ter na cabeça que, quando se compra um peixe de aquário, vem a responsabilidade de cuidar desse animal. Ele precisa de um ambiente controlado, alimentação”, ressalta.
O Bichos do Pantanal é realizado pelo Instituto Sustentar e patrocinado pela Petrobras, por meio do programa Petrobras Socioambiental.