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Taques diz que Zaque prevaricou ao esperar 15 meses para denunciar

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Taques diz que Zaque prevaricou ao esperar 15 meses para denunciar

Ednilson Aguiar/O Livre

governador Pedro Taques

Em depoimento ao Ministério Público Estadual (MPE), o governador Pedro Taques (PSDB) acusa o promotor Mauro Zaque de Jesus, ex-secretário de Estado de Segurança Pública, de ter prevaricado ao esperar 15 meses para levar a denúncia dos grampos à Procuradoria-Geral da República (PGR).

De acordo com o governador, entre a apresentação de um primeiro ofício contendo informações sobre grampos, em 8 de outubro de 2015, e a denúncia feita à PGR, em janeiro de 2016, ele e Zaque conversaram por diversas vezes, mas o promotor nunca teria perguntado sobre providências com relação ao caso.

– Zaqueu teria assumido grampos “a mando do governador”

– Zaque e Galindo teriam apresentado o esquema de grampos em Power Point ao governador

O depoimento consta no pedido de arquivamento feito pelo MPE com relação a uma representação de Taques, contra Zaque. O documento é assinado pelo procurador-geral de Justiça em substituição, Hélio Fredolino Faust, e pelo coordenador do Núcleo de Ações de Competências Originárias (NACO-Criminal), promotor Antônio Sérgio Cordeiro Piedade.

O primeiro ofício protocolado por Zaque foi encaminhado ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) em 22 de outubro de 2015 e posteriormente arquivado.

“Que o depoente é quem perguntava ao sindicado Mauro Zaque, nos primeiros meses, após outubro de 2015 sobre o andamento das investigações sobre tais interceptações, até que sobreveio a cópia do arquivamento do Gaeco”, diz trecho do documento.

O promotor teria pedido que os coronéis Zaqueu Barbosa, então comandante-geral da Polícia Militar, e Evandro Lesco, então chefe da Casa Militar, além do então ex-secretário da Casa Civil Paulo Taques fossem exonerados, “assim não haveria necessidade de tocar para a frente a questão dos grampos”.

Uma segunda denúncia foi protocolada por Zaque em 14 de outubro, antes do encaminhamento da primeira, mas o protocolo foi fraudado, conforme relatório da Controladoria Geral do Estado (CGE).

Relações tumultuadas e exoneração
Pedro Taques relata que os problemas com Zaque no comando da Segurança Pública tiveram início entre março e abril de 2015. Na época, o governador diz ter negado a aquisição de carros blindados para Zaque e seu adjunto, o ex-promotor Fabio Galindo, a pedido do ex-secretário da Casa Civil Paulo Taques.

De acordo com o governador, a partir daí Mauro Zaque passou a relatar que Paulo Taques “estava fazendo coisa errada”, ao que Pedro Taques afirma que dizia ao promotor para “colocar no papel”. O estopim da relação entre Zaque e Paulo Taques teria sido um e-mail pedindo que todos os servidores nomeados na administração Silval Barbosa (PMDB) fossem demitidos, a pedido do governador.

Entre o final de novembro de 2015 e o início de dezembro, o governador afirma que Zaque o procurou pedindo novamente a demissão dos envolvidos no caso dos grampos, ameaçando sair da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) se não fosse atendido. Pedro Taques afirma que viajou a Paris e em seu retorno conversou com Mauro Zaque, que lhe propôs “esquecer toda aquela confusão”. O governador diz não ter aceitado e nomeou Fabio Galindo para titular da pasta.

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