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Taques admite mudar acordo do VLT, mas rebate parecer do Ministério Público

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Taques admite mudar acordo do VLT, mas rebate parecer do Ministério Público

Ednilson Aguiar/O Livre

VLT Veículo Leve sobre Trilhos

Trilhos do VLT estão abandonados; obra deveria ter ficado pronta para a Copa de 2014

O governador Pedro Taques (PSDB) admitiu a possibilidade de fazer mudanças no acordo de retomada das obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), para enquadrar o documento às críticas feitas pelo Ministério Público Estadual (MPE) e pelo Ministério Público Federal (MPF). Ele evitou comentar o parecer contrário dos órgãos, mas adiantou que o governo discorda de alguns pontos.

“Aqueles que fizeram a patifaria do VLT no passado hoje são contra. Parece brincadeira. Tem pai do VLT e tem irmã do VLT que são contrários ao VLT hoje”

“O relatório do MP não é contrário ao acordo, de maneira alguma”, afirmou. “Ele sugere algumas alterações, e isso será feito.”

Apesar de admitir mudar o texto, ao ser questionado sobre a prorrogação de prazo que, segundo o Ministério Público, encarece a obra em R$ 122 milhões, ele disse que esse ponto está sendo criticado pela equipe de governo.

O principal argumento do MPE e do MPF é que o cálculo do valor que falta ser pago pelo governo não seguiu o montante de R$ 1,668 bilhão que apontou a consultoria KPMG. O governo propõe pagar o valor de R$ 1,988 bilhão ao consórcio. Questionado se reduziria o valor do acordo, Taques desconversou.

“Eu não vi o relatório. Foi apresentado ontem e nossa equipe está estudando. No mesmo relatório do Ministério Público, tem documentos que indicam que o Ministério Público fez referência a números iguais aos nossos.” Esse argumento já foi refutado pelo MPF e MPE.

O VLT foi contratado pelo valor de R$ 1,477 bilhão em 2012, e paralisado no final de 2014. O acordo firmado entre o atual governo e o consórcio no final de março estabeleceu o valor de R$ 1,988 bilhão para concluir a obra. Antes da paralisação, foi pago R$ 1,066 bilhão. 

Ednilson Aguiar/O Livre

VLT Veículo Leve sobre Trilhos

Vagões do VLT foram comprados logo no início da obra 


Patifaria
Pedro Taques aproveitou ainda para disparar críticas contra adversários políticos. “O que está existindo em Mato Grosso é o seguinte: aqueles que fizeram a patifaria do VLT no passado hoje são contra o VLT. Não é isso? Parece brincadeira isso. Tem pai do VLT, tem irmã do VLT, contrário ao VLT hoje. Jogaram essa bomba no Estado de Mato Grosso”, disse.

“Se eu fosse um governador irresponsável, eu pegaria os vagões do VLT e jogaria na cabeça de algumas pessoas”

Apesar de não citar nomes, a declaração foi em referência à deputada Janaina Riva (PMDB) e ao pai dela, o ex-deputado José Riva, que ganhou a alcunha de “pai do VLT” pela campanha feita para escolha do modal.

Ontem, Janaina comemorou o parecer do Ministério Público na tribuna e chamou de “aberração” o projeto para fazer novo empréstimo de até R$ 800 milhões para concluir as obras.

Taques ainda lembrou que ele mesmo era contra a obra do VLT quando era senador e defendia o Bus Rapid Transit (BRT). Ele diz que mudou de posição como governador para “consertar rumos”. Para Taques, “a sociedade estava inebriada pelo VLT”. Ele tachou a conduta dos opositores de “patifaria”. 

“Agora que estamos buscando consertar rumos, não querem que os rumos sejam consertados. Política não se faz com patifaria. Política se faz com coisa séria. Se eu fosse um governador irresponsável, eu pegaria os vagões do VLT e jogaria na cabeça de algumas pessoas. Mas eu não posso fazer isso. Eu sou um governador responsável. Eu tenho que resolver os problemas, e vamos resolver os problemas sem jogar o lixo para debaixo do tapete”, concluiu.

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