Três meses após ter o mandato cassado, o deputado federal Neri Geller (PP) continua no exercício do cargo e diz acreditar que irá reverter a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Atualmente, ele aguarda o TSE julgar um recurso de revisão, enquanto participa das negociações da transição do governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Todo mundo conhece o processo, sabem que houve um equívoco, e eu acredito que vou reverter isso. Eu fui julgado por receber dinheiro de empresas para quem vendo no agronegócio, é uma negociação toda declarada no imposto de renda, não há nada escondido”, afirma.
O trâmite original do processo de cassação de Neri Geller está na Câmara Federal. O julgamento do TSE foi acatado pelo Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT) e o recálculo dos votos da eleição de 2018 realizado.
O resultado colocou o advogado Marcos Marrafon (Cidadania) na primeira colocação na fila para entrar na vaga. Nos últimos meses, Marrafon tem tentado fazer a Câmara analisar o caso.
Ele pediu que o Supremo Tribunal Federal (STF) mande a Mesa Diretora colocar o trâmite em dia e também vetar que as emendas parlamentares de Geller, no Orçamento 2023, sejam barradas.
Questionado sobre a pressão do concorrente, Neri Geller diz não ter preocupação. “Isso não me incomoda, o processo na Câmara está andando e eu vou conseguir reverter a decisão da Justiça. Não estou preocupado com esses pedidos”, disse.
Geller tem sido cotado para assumir o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) no governo de Lula. A favor dele, estão o histórico de ex-ministro da área e a proximidade, em parte, a setores do agronegócio em Mato Grosso, estado líder na produção de commodities.