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Síndica contesta depoimento de PM sobre escritório de grampos

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Síndica contesta depoimento de PM sobre escritório de grampos

Gcom/MT

Siqueira

O coronel Airton Siqueira: segundo depoimento de PM, atual secretário teria participado da implantação de escritório clandestino em prédio no centro de Cuiabá.

O apartamento onde funcionou um escritório de interceptações telefônicas, segundo o depoimento da policial militar Andrea Pereira de Moura Cardoso, nunca esteve disponível para aluguel. Ao menos é o que diz a síndica do Edifício Master Center, no número 233 da Rua Desembargador Ferreira Mendes, no centro de Cuiabá.

Em depoimento colhido pela Corregedoria-Geral da Polícia Militar (PM) e divulgado nesta terça-feira (30) em sites de notícia da capital, Andrea, que foi apontada como um dos três militares que tiveram acesso a escutas ilegais, informou que um escritório, equipado com telefones e computadores, teria sido montado no sexto andar do prédio a partir de articulações do coronel Airton Benedito de Siqueira Junior, atual secretário de Justiça e Direitos Humanos, e do coronel Zaqueu Barbosa, preso há uma semana no Batalhão de Operações Especiais (Bope).

Os quatro apartamentos do sexto andar do Edifício Master Center, no entanto, são ocupados pela construtora que ergueu o prédio desde 1991, quando foi inaugurado. “No sexto andar, nunca teve nada para alugar”, disse a síndica Matilde, que comprou apartamentos no prédio quando ainda estavam na planta. “O sexto andar é da empresa que construiu o prédio e nunca teve ninguém lá sem ser a empresa. Você pode fazer a maior investigação que quiser, não vai chegar a ninguém”, prosseguiu. “Nesse andar, não. Isso eu garanto para você”.

 

Bruno Abbud/O Livre

Edifício Master Center

Edifício Master Center, 6º andar: segundo a PM Andrea Cardoso, lugar onde funcionou escritório de escutas clandestinas

 

O LIVRE esteve no sexto andar do Edifício Master Center nesta terça-feira. Tudo o que dá para ver é um logotipo da construtora Gerencial, proprietária do edifício, e quatro portas que separam o hall de setores administrativos da construtora. Em uma delas, é possível ler: “Tesouraria”. Uma secretária que dá expediente no local desde 2014 confirmou que nunca viu pessoas do governo ou policiais militares por ali. “O sexto andar inteiro é da Gerencial”, disse ela. “Sempre foi”.

O aluguel de um apartamento no edifício custa em torno de R$ 1 mil. Toda a parte externa e áreas internas são equipadas com câmeras de monitoramento.

O advogado Ardonil Manoel Gonzalez Junior, que defende Andrea, informou que não pretende comentar os detalhes do depoimento de sua cliente, colhido na última sexta-feira (26). Segundo ele, o processo corre em segredo de Justiça, e o depoimento não deveria ter vazado para a imprensa. “Creio até que quem vazou isso pode ter cometido um crime”, disse ele, em entrevista ao LIVRE. De acordo com o advogado, sua cliente é inocente. “Ela não teve participação nos ilícitos mencionados”, afirmou. “Mas está pronta para colaborar”.

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