Ednilson Aguiar/O Livre
O ex-governador Silval da Cunha Barbosa (PMDB) será ouvido em audiência da Operação Liberdade de Extorsão nesta segunda-feira (19/9). Silval presta depoimento na condição de vítima de jornalistas do Grupo Milas de Comunicação, que teriam cobrado valores dele e de membros de seu governo para que não fossem divulgados esquemas de corrupção.
De acordo com o Ministério Público Estadual (MPE), em maio e junho de 2014, o jornalista Antônio Carlos Milas, sócio do grupo, procurou o ex-governador solicitando R$ 100 mil para que o Centro-Oeste Popular não publicasse as matérias. O valor seria legalizado com a compra de anúncios no jornal.
Silval pediu ao então secretário-chefe da Casa Civil, Pedro Nadaf, que assumisse as negociações com Antônio Carlos. O ex-secretário solicitou um empréstimo ao dono de factoring Filinto Muller, que emitiu três cheques da SF Assessoria e Organização de Eventos. Os pagamentos teriam sido feitos a Maycon Feitosa Milas.
Os jornalistas descobriram, ao analisar os dados fiscais da SF Assessoria, que se tratava de uma empresa de fachada e havia recebido valores altos do governo do Estado. Eles então teriam passado a realizar nova extorsão, tendo recebido mais R$ 150 mil de Filinto Muller – o valor pago a ele teria saído de propinas recebidas pelo grupo de Silval em outros esquemas.
Os donos do Centro-Oeste popular ainda são acusados de terem extorquido outras pessoas, incluindo o empresário Willians Mischur, dono da Consignum – ele colabora com a Justiça nas primeiras fases da Operação Sodoma, que investigou fraudes lideradas por Silval Barbosa.
A Liberdade de Extorsão foi deflagrada em março de 2016, com a prisão de Antônio Carlos Milas de Oliveira, dono do Jornal Centro Oeste Popular, de seus filhos Max Feitosa Milas, dono do Notícia Max, e Maycon Feitosa Milas. Também foi preso preventivamente à época o editor chefe do Brasil Notícias, com sede em Brasília, no Distrito Federal, Naedson Martins da Silva. O jornalista Antônio Peres Pacheco foi preso temporariamente durante a deflagração da operação.
