Ednilson Aguiar / O Livre
Ex-governador Silval Barbosa, que presta depoimento na tarde desta segunda-feira à juíza Selma Arruda, da Sétima Vara Criminal
Em depoimento na 7ª Vara Criminal de Cuiabá na tarde desta segunda-feira (18/9), o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) afirmou que praticamente todos os R$ 700 mil pagos aos jornalistas do Grupo Milas de Comunicação, por quem ele teria sido extorquido, veio de propinas.
“A maior parte desses recursos foram pagos com dinheiro de propinas das empresas que tinham contratos com o governo”, afirmou Silval.
Os pagamentos foram feitos em diversas parcelas, sob responsabilidade do ex-secretário de Estado Pedro Nadaf. Cerca de R$ 200 mil vieram de um desvio na desapropriação do bairro Jardim Liberdade, metade em cheque e metade em dinheiro, especificou o ex-governador.
Silval relatou que houve pressão do ex-deputado estadual José Geraldo Riva para que ele concordasse com o pagamento. “Eu paguei também pela insistência do deputado Riva, porque eu não queria, naquele momento, que esses problemas do governo viessem a público”, explicou.
Segundo Silval, o jornalista Antônio Carlos Milas procurou a ele e ao empresário Vanderlei Fachetti “insistentemente”. Os dois haviam adquirido uma propriedade do conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Antonio Joaquim que foi paga com dinheiro público – Silval narra a compra em seu acordo de colaboração premiada. O jornalista queria dinheiro para não publicar matérias no jornal Centro Oeste Popular acerca do caso. Inicialmente Silval se negou a pagar e a matéria foi publicada.
Ainda de acordo com o ex-governador, o jornalista continuou a procurá-lo e também por pessoas de seu grupo político, inclusive José Riva. Milas afirmava possuir informações sobre outros esquemas de corrupção.