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Sexo, drogas e sertanejo: moradores reclamam de bares próximos à Unic

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Sexo, drogas e sertanejo: moradores reclamam de bares próximos à Unic

Reprodução/Whatsapp

Jardim Europa

Moradores do Jd Europa e Grande Terceiro convivem com a confusão causada pelas festas que atravessam a madrugada

Maria de Fátima atende a reportagem do LIVRE com os olhos murchos e a expressão visivelmente abatida. “Estou desde as três da manhã sem dormir”, explica a idosa de 62 anos, que mora no Grande Terceiro há mais de 30.

Católica, Maria de Fátima mora do lado da Paróquia São João Batista, na avenida Jornalista Roberto Jacques Brunini. Em seus 700 metros, a avenida concentra mais de dez bares. A maioria funciona de segunda a segunda, durante toda madrugada.

Fátima se recorda com tristeza do dia em que o marido flagrou um casal que transava na porta da sua casa. “Era dia de Nossa Senhora, meu marido brigou com eles e o homem falou: ‘você não teve filho’?”

Ednilson Aguiar/Olivre

Maria de Fátima

A dona de casa Maria de Fátima conta que, para assistir televisão, precisa deixar o aparelho no volume mais alto e, mesmo assim, não consegue competir com o sertanejo dos bares

Quem mora na região faz coro às reclamações. Maria dos Santos, de 65 anos, mora do outro lado da avenida, no Jardim Europa. Ela relembra quando acordou de madrugada, assustada com o latido dos cães. “Tinha um homem urinando dentro da área, pela grade do portão”, narra.

Tanto o Grande Terceiro quanto o Jardim Europa vivem o contraste das chegadas dos bares, que se multiplicaram há cerca de dois anos. A vizinhança pacata durante o dia dá lugar às festas que atravessam a madrugada.

Não é difícil encontrar placas de “Vende-se” ao longo da avenida onde se concentra a maioria dos bares. O som alto é uma das principais reclamações, mas não resume a lista de problemas com os quais convivem os moradores.

O uso de drogas por menores de idade, o consumo exacerbado de bebida alcóolica, os atos obscenos em local público, as brigas extremamente violentas e o aumento dos assaltos e pequenos furtos também figuram na lista.

“Tem madrugada que ficam aquelas motos fazendo barulho e ninguém consegue dormir”, fala Albina Corrêa, de 69 anos, acrescentando mais uma reclamação ao rol de problemas do bairro.

Na última reunião de bairro, que contou com a presença do secretário de Ordem Pública do Município, coronel Leovaldo Sales, o pedido dos moradores foi para que os bares fechassem às três da manhã. Habitualmente eles fecham por volta das seis horas. O pedido não foi atendido.

Ednilson_Aguiar/Olivre

Rua Jaques Brunini

De dia a movimentação é tranquila na região, o clima pacato contrasta com as festas que atravessam a madrugada.

Antes disso, os moradores tentaram fazer um abaixo-assinado, que também foi em vão. Segundo Sales, o ideal é que os moradores tentem acionar o Ministério Público, já que a Secretaria não pode impedir que os bares funcionem, exceto se houver irregularidades estruturais.

“Nós conversamos [na última reunião], a Polícia Militar atende todas as ocorrências, a Secretaria chegou a fechar dois bares, que depois se regularizaram e reabriram. Eu os aconselhei a fazer uma denúncia ao MP, acho que é a melhor forma de solucionar a questão”, comentou o coronel.

No meio da confusão sobre horário de fechamento, crescem os questionamentos dos moradores sobre a legalidade da abertura dos bares, que são autorizados a funcionar em uma região predominantemente residencial. Para a presidente de bairro Rosa Barbosa, que representa os moradores do Jardim Europa, não há clareza sobre a liberação de alvarás de funcionamento. 

“Nós queremos saber de que forma são aprovados esses alvarás. Em uma região que é totalmente residencial, como é que pode liberar alvará para tantos bares? Não vejo a checagem de critério ambiental, nem do impacto que esse tipo de comércio tem em uma região residencial, com moradores que estão aqui há muitos e muitos anos.”, questiona ela. 

Confira as imagens enviadas pelos leitores do LIVRE

 

 

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