Principal

Romoaldo diz que Silval implica deputados para conseguir liberdade

3 minutos de leitura
Romoaldo diz que Silval implica deputados para conseguir liberdade

Ednilson Aguiar/O Livre

Romoaldo Júnior

O deputado estadual Romoaldo Junior (PMDB) afirmou que a delação premiada de Silval Barbosa (PMDB) tem pontos que não são verdadeiros. Na avaliação do parlamentar, que foi líder do governo Silval na Assembleia Legislativa, o ex-governador tentou envolver a todos para firmar um bom acordo de delação e sair da cadeia.

“Ele está preso e precisa sair. Tem dez anos de vida pública. Ele fala tudo. Fizeram uma coisa pra envolver todo mundo e conseguir a liberdade dele”, afirmou Romoaldo. “Tem muitas verdades, tem meias verdades e tem coisa que é ilação. Ele não vai ter prova de tudo”, completou.

Romoaldo negou diversos pontos delatados por Silval, entre eles, a mesada que, segundo o ex-governador, era paga aos deputados para que apoiassem o governo. “Nunca teve [mensalinho]. No ano passado, eu falei isso até em depoimento”. O depoimento de Silval coincide com o do ex-deputado José Riva neste ponto mas, para o peemedebista, os dois usam a mesma estratégia de delator. “Riva é outro que precisa se livrar da cadeia. Está condenado”, disse.

Apesar de negar o mensalinho, ele admitiu que as imagens feitas pelo ex-chefe de gabinete de Silval, Silvio Corrêa, são fortes. Silvio entregou dinheiro a diversos deputados em sua sala e filmou as entregas. Romoaldo não aparece nos vídeos entregues na delação, e preferiu não justificar o motivo de os colegas terem sido flagrados naquela situação.

“Cada deputado vai ter a sua oportunidade de defesa. Cada deputado vai ter sua explicação. Agora as imagens são muito fortes. Nesse momento do país, a população olha para o político e está enojada”, observou. Ele negou também a propina de R$ 600 mil a cada deputado, referente ao MT Integrado, delatada por Silval.

O ex-líder admitiu que fez várias listas de deputados para Silval, porém ele sustenta que não se trata de um organograma de propinas. “Ele diz que eu fazia lista. Eu fazia mesmo. Todo mês tinha reunião com os deputados e eu fazia a relação de quem ia. Porque eu era o líder. Não era lista de propina”, afirmou. “Eu não lembro dessa reunião, porque se estivesse lá, eu teria sido filmado também. Mas não foi só essa reunião. Foram várias vezes que fomos lá para tratar de emendas e outras coisas”, disse.

Assistencialismo

Romoaldo afirmou, ainda, que usou dinheiro da Assembleia Legislativa para ajudar a manter uma casa de apoio a doentes que vinham do interior para tratamento em Cuiabá. “Eu estava errado, não devia fazer, mas usei o dinheiro público para o público. Hoje não se faz mais essa pratica porque o próprio Ministério Público orientou”, disse.

“O deputado que recebeu dinheiro, botou na conta, comprou fazenda, avião, mansão, apartamento, tem que ser preso. Mas não o deputado que praticou o atendimento social. As pessoas chegam hoje para uma cirurgia em Cuiabá e ficam na rodoviária. Ela não sabe pra onde ir, onde se alimentar. A Assembleia fazia esse papel. Se for condenar os 24 deputados por isso, os 24 serão condenados”, concluiu.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros




Como você se sentiu com essa matéria?
Indignado
0
Indignado
Indiferente
0
Indiferente
Feliz
0
Feliz
Surpreso
0
Surpreso
Triste
0
Triste
Inspirado
0
Inspirado

Principais Manchetes