Há muita expectativa em torno da eficácia do uso da hidroxicloroquina no tratamento da covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. Afinal, ainda não existe confirmação científica que o remédio funcione.
A Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) autorizou 12 estudos com a substância no país que vão abranger coleta de dados da avaliação dos casos de seis mil pacientes.
As primeiras pesquisas com o remédio só trarão resultados no fim de maio, segundo a BBC News Brasil em entrevistas com os pesquisadores do estudo. Mais resultados serão publicados em junho e julho.
As pesquisas se concentrarão em pacientes de São Paulo, estado mais afetado pelo coronavírus no Brasil.
Entusiasmo do presidente
A cloroquina foi mencionada pelo presidente do Brasil, Jair Bolsonaro em seu pronunciamento à nação no dia oito de abril. Ele afirmava que o medicamento deveria ser administrado já nos primeiros sinais dos sintomas da doença.
“Há pouco conversei com o doutor Roberto Kalil. Cumprimentei-o pela honestidade e compromisso com o juramento de Hipócrates, ao assumir que não só usou a hidroxicloroquina bem como a ministrou para dezenas de pacientes. Todos estão salvos. Disse-me mais. Que mesmo não tendo finalizado o protocolo de testes, ministrou o medicamento agora para não se arrepender no futuro”, disse Bolsonaro à ocasião.
A defesa do uso da cloroquina e da hidroxicloroquina contraria o protocolo atual do Ministério da Saúde, segundo o qual estas drogas devem ser ministrada apenas a pacientes críticos. A divergência em relação à droga foi um dos principais motivos para a queda do ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.
Efeitos colaterais
O medicamento geralmente é usado para tratar diversas doenças como malária, lúpus e artrite, porém conta com efeitos colaterais indesejados que podem afetar a visão e audição de alguns pacientes, além de causar arritmia cardíaca.