Ednilson Aguiar/O Livre
Projeto Flauta Mágica
Alunos do Projeto Flauta Mágica, uma organização sem fins lucrativos que ensina balé, canto e flauta doce na periferia de Cuiabá, deram mais uma demonstração de comprometimento e talento com as artes. Desta vez, para uma plateia internacional.
Em campanha com o programa de arrecadação de fundos Sol Lá Si-Doe, eles receberam na quinta-feira (10) a visita de uma comitiva vinda dos Emirados Árabes, que se mostrou receptiva em ajudar a iniciativa a se desenvolver.
O programa funciona da seguinte maneira: quem ajudar com R$ 500 mensais “apadrinha” uma criança e ganha um CD. Ajudando 20 crianças, a pessoa física ou empresa ganha um show do Flauta Mágica.
“A música é a linguagem da alma, inerente à todas as manifestações culturais. É uma honra poder prestigiar todos vocês. Espero agora vê-los agora em meu país”, afirmou a embaixadadora dos Emirados Árabes, Hafsa Abdulla Mohamed Sharif Al Ulama.
Em visita à capital à convite do governador Pedro Taques, a embaixadora contou que já tinha ouvido falar do projeto e que não via a hora de o conhecer.
“Ouvi dizer que eles tocaram juntos recentemente com o Milton Nascimento, de quem gosto muito”, revelou, referindo-se à participação dos jovens no show de Bituca realizado há duas semanas no 32º Festival de Inverno de Chapada dos Guimarães.
“Tem que continuar [o projeto]. Esperamos nos aproximar”, continuou, com a ajuda de um tradutor.
Ednilson Aguiar/O Livre
Em atividade há 18 anos, o Projeto Flauta Mágica utiliza a música como instrumento de transformação social. Por lá, mais de cinco mil crianças já foram atendidas. Situado no bairro Jardim Vitória, atualmente atende mais de 500 crianças e adolescentes.
“É muito gratificante ver o crescimento dos alunos como pessoas ao longo desses anos. Muitos que hoje já possuem família constituída agora trazem os filhos”, observou o maestro Gilberto Leite, fundador da iniciativa.
A adolescente Maria Eduarda Jesus Nunes, de 15 anos, foi introduzida na Flauta Mágica há um ano e meio pelo irmão mais velho. Desde então, não consegue mais imaginar a vida sem a música.
“Descobri que gosto muito de cantar. Também descobri o Eric Clapton e o Tom Jobim, agora falta aprender a tocar um instrumento”, contou.
Quem já toca é o pequeno Romário Cléber Ribeiro, de seis anos, um dos alunos mais novos. Ele entrou no projeto quando tinha só quatro anos. Na linha de frente dos flautistas, destaca-se pela desenvoltura. “Por mim, viria todos os dias”, disse.