O professor Denis Alves de Farias, 44 anos, foi assassinado a facadas dentro de sua própria casa, no Bairro Módulo 5, em Juína (730 km de Cuiabá), na tarde da segunda-feira (19). O educador trabalhava no Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), campus Juína, e era bastante conhecido e querido na cidade.
Conforme informações da Polícia Judiciária Civil, ele foi encontrado nu, deitado sobre a cama e com vários sinais de perfuração pelo corpo. Na casa dele haviam sinais de sangue em todos os cômodos e o local estava revirado. A residência foi isolada até a chegada da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec).
As investigações que levaram até os suspeitos do crime, – três jovens e um adolescente -, tiveram início depois que a Polícia Militar encontrou uma motocicleta Honda XRE vermelha, que era do professor, no loteamento Flamboyam.
Os autores do assassinato, segundo a PJC, foram o adolescente de 17 anos e um amigo de 18 anos. Os dois teriam ido até a casa da vítima e juntos, supostamente, consumido bebidas alcoólicas e drogas. Depois, eles acabaram executando o professor a facadas. Ainda não há informações sobre o que levou os suspeitos a cometerem o crime.
Logo depois do homicídio, eles pegaram a motocicleta do professor e foram até a casa da mãe do jovem de 18 anos. Durante o assassinato, os dois acabaram também se ferindo com a faca.
O jovem procurou atendimento médico e foi encaminhado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) até o hospital. Na unidade, ele inventou que estava na companhia do amigo adolescente quando, próximo a um motel, teria sido atacado por quatro rapazes.
A versão, no entanto, foi desmascarada pela própria mãe do suspeito e também por sua irmã, que confirmaram que ele e o amigo tinham matado o professor e ido até a casa da família com a motocicleta da vítima e com uma mochila com DVDs e um tênis, também pertencentes ao professor.
Os dois ainda enterraram no fundo do quintal, embaixo de um fogão velho, um notebook da vítima, que eles roubaram da casa pensando que poderia ter imagens de câmera de segurança da casa do professor e tinham a intenção de vender. Porém, como a notícia da morte se espalhou pela cidade, ficaram com medo e optaram por destruir o aparelho e enterrá-lo para apagar possíveis provas.
Na casa da mãe do jovem de 18 anos, ainda foram encontrados documentos pessoais do adolescente. Um amigo dele encontrou os policiais da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em que o outro suspeito foi atendido e disse que o menor havia deixado em sua casa pertences do professor que haviam sido roubados. Os materiais, anéis e correntes, foram apreendidos.
O jovem que estava com as joias do professor foi preso. O que precisou receber atendimento médico segue em observação na UPA e, assim que receber alta, será preso. O adolescente – que também está machucado, mas não procurou atendimento médico – e o quarto suspeito seguem foragidos. Os quatro serão indiciados por homicídio doloso e associação criminosa.
O IFMT emitiu nota lamentando a morte do professor. No comunicado, emitido pela Direção Geral do campus avançado Tangará da Serra, os diretores afirmam que a instituição está em luto. “Confiamos na justiça e nos trabalhos policiais, no sentido de elucidar e punir o bárbaro crime que vitimou o colega professor. Aos familiares, aos amigos e à comunidade institucional do IFMT campus Juina, as nossas condolências”.
