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Preço do boi gordo cai 5% após operação da PF

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Preço do boi gordo cai 5% após operação da PF

Agência Estado

Gado

 

Passados mais de vinte dias da deflagração da operação Carne Fraca, da Polícia Federal (PF), o preço do boi gordo acumula queda de 5% em Mato Grosso, enquanto a vaca gorda apresenta queda de 5,86%. Os dados foram divulgados na última terça-feira pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).

Em reportagens anteriores, o LIVRE já havia mostrado a variação de até R$ 10 nos preços da arroba do boi gordo de uma região para outra no Estado. “Mato Grosso está diante de uma depressão nos preços”, diz trecho do levantamento.

A publicação aponta ainda que esta é a terceira semana consecutiva que o preço do boi gordo e da vaca gorda têm desvalorizção. A queda, no último período, foi de 1,82% e 2,67%, sendo cotados a R$ 120,63 e R$ 115,42, respectivamente.

Além da operação da PF, o Imea destaca como grau de dificuldade para o produtor a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que julgou constitucional a cobrança do Funrural. A medida pressiona tanto o setor produtivo quanto os frigoríficos para que voltem a recolher as contribuições impostas. “A crise, que era da carne e que parecia estar sendo contornada, veio cobrar a conta com mais força do pecuarista do Estado”, destaca o relatório do Imea.

Compondo o cenário difícil para a bovinocultura de corte, o preço do bezerro de ano também registrou recuo nesta semana (-1,03%), ficando cotado a R$ 1.094. 

Abates
Mesmo com frigoríficos comprando menos – grande parte concedeu férias coletivas em março, mês da operação policial – Mato Grosso abateu 1,99% mais animais nesse mês, se comparado com o mês de fevereiro, que antecedeu a operação. O mês de março teve quatro dias úteis a mais, o que explica o aumento.

Ao todo foram abatidos 366,39 mil animais em março, ante os 359,2 mil animais de fevereiro. Segundo o Instituto, quando se analisa a quantidade diária de animais abatidos no Estado, é possível observar queda de 13,1%.

Em março a média de abates/dia foi de 13.570 mil cabeças. Esse é o menor abate diário desde dezembro de 2010, quando foram encaminhados ao matadouro 13.450 bovinos/dia. “Diante desse cenário, tentativas de compra abaixo da referência tornaram-se comuns”, diz trecho do levantamento. “A queda de braço entre pecuaristas e frigoríficos se intensificou mais uma vez”.

Ednilson Aguiar/O Livre

 frigorífico carne

 

Exportações
Apesar da operação Carne Fraca, o volume das exportações de carne bovina em Mato Grosso aumentou 22% no mês de março ante fevereiro último e o faturamento cresceu 24%. Em fevereiro, o Estado vendeu 22,09 mil toneladas para outros países, movimentando US$ 71,66 milhões. Em março o volume exportado chegou 27,38 mil toneladas, gerando um faturamento de US$ 88,95 milhões.

Os dados permanecem positivos se comparados a média mensal de 2016, quando Mato Grosso exportou 23,01 mil toneladas ao mês, faturando pouco mais de US$ 74,2 milhões mensais. 

Em relação as exportações de carne brasileira, foi registrado aumento de 22% no faturamento e de 20% no volume vendido, na comparação com fevereiro. Os números são da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec). No entanto, na comparação com março do ano passado, houve queda de 3% no faturamento.

“Os resultados positivos registrados em março demonstram a força da indústria brasileira de carne bovina e seu potencial como exportadora”, disse o presidente da Abiec, Antônio Jorge Camardelli. Ele afirma ainda que a operação policial não afetou substancialmente a média das exportações. “Muitos mercados que interromperam as negociações após as notícias veiculadas, reabriram rapidamente, demonstrando confiança na carne bovina brasileira”, disse.

O faturamento das exportações brasileiras do setor no mês de março somou US$ 501 milhões, com o embarque de mais de 125 mil toneladas. Os maiores compradores de carne bovina brasileira no período foram Hong Kong, China e Rússia. Desse total, Mato Grosso foi responsável por 22% das exportações brasileiras e de aproximadamente 17% do faturamento. A categoria mais exportada em março foi a de carne in natura, seguida pela de carne industrializada e miúdos.

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