Policiais militares do município de Barra do Garças prenderam seis indígenas da etnia Bororo por cobrança de pedágio ilegal na rodovia BR-070, entre os municípios de Primavera do Leste e Barra do Garças. Na ocorrência, registrada no dia 30 de maio, três tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça Federal e o restante foi colocado em liberdade. A prisão preventiva significa que não há fiança e que os indígenas só serão libertados com uma decisão judicial.
Responsável pelas decisões, o juiz Francisco Vieira Neto alegou nos autos que as prisões foram justificadas pelo fato de, no momento do flagrante, os três indígenas estarem armados com borduna (espécie de bastão feito de madeira) e arco e flecha, além de já serem investigados a pedido da Procuradoria Geral da República (PGR) de Barra do Garças pela prática de extorsão com pedágios.
De acordo com o procurador Rafael Guimarães Nogueira, assim que o inquérito policial for concluído, em 15 dias, e após a visita da PGR à Terra Indígena Merure, com a produção de novas provas, será reavaliada a necessidade da manutenção das prisões.
Já os outros três Bororos liberados não poderão se aproximar a distância inferior a 100 metros da margem da BR 070 no trecho que corta as aldeias, além de terem que comparecer a audiências sempre que intimados.
Um dia após o ocorrido, foi realizada uma reunião em Cuiabá com representantes do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI), coordenação da Fundação Nacional do Índio (Funai), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e lideranças da etnia Xavante Bororo. Durante o encontro, foi discutida a situação da etnia Bororo na TI Merure, bem como os impactos causados pela rodovia BR-070 sobre a população indígena e os pedágios ilegais.
