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Polícia é acionada três vezes para conter promotor

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Polícia é acionada três vezes para conter promotor

Reprodução/Youtube

promotor x PM

Policiais foram acionados na primeira abordagem por um morador que teria presenciado discussão; promotor foi algemado, levado para delegacia e liberado 

 

Lotado em Guarantã do Norte (721 quilômetros de Cuiabá), o promotor de Justiça Fábio Camilo da Silva precisou ser contido por policiais militares em três situações diferentes neste final de semana, que envolvem embriaguez ao volante, desacato, ameaças, abuso de autoridade e lesão corporal, conforme boletim de ocorrência registrado. Devido ao cargo que ocupa, porém, não chegou a ser detido em nenhuma delas.

No sábado pela tarde (1º), Fábio se desentendeu com dois policiais militares em frente a um posto de combustível situado na saída do município de Terra Nova do Norte, após ser abordado devido a uma discussão e apresentar sinais de que conduzia um veículo alcoolizado. Durante a abordagem, o promotor tirou a camiseta, encarou os policiais militares e chegou a jogar no chão o quepe (espécie de boné) que um deles usava. 

O promotor foi algemado, levado para a delegacia e posteriormente liberado. Por possuir prerrogativa de função, o representante do Ministério Público Estadual só pode ser preso por cometimento de crimes inafiançáveis (hediondos, racismo, tortura, tráfico de drogas, terrorismo).

Já na madrugada de domingo, Fábio se envolveu em uma discussão no hotel Sedna Palace, em Guarantã. Um funcionário do estabelecimento chamou a polícia sob alegações de que o promotor estaria ameaçando algumas pessoas. Após a chegada dos policiais, Fábio foi embora do local.

Pela manhã, o promotor foi mais uma vez abordado pelos policiais, por causar danos à emissora TV Migrantes, afiliada do SBT na região. Fábio teria quebrado uma porta de vidro e chegou a vestir uma toga durante a confusão. Ele foi conduzido novamente para a delegacia e acabou encaminhado para o hospital de Sinop, onde encontra-se internado.

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Boletim de ocorrência
A respeito da abordagem de sábado, os policiais militares registraram um boletim de ocorrência. No documento, Edmilson Roberto Corrêa e Cenilton de Lima Braga narram que foram acionados por um morador que viu duas pessoas discutindo em frente ao posto de combustível. Ao chegar ao local, de acordo com os policiais, o promotor os indagou “se eles sabiam com quem estavam falando”.

Cenilton e Edmilson afirmaram que Fábio chegou a dar voz de prisão a eles, sob o argumento de que promotor de Justiça está em uma hierarquia superior e mandava que, ao se dirigirem a ele, permanecessem na posição de sentido. Segundo os policiais, o promotor exalava um forte cheiro de álcool e duas garrafas de cerveja vazias, e outras de whisky, vinho e amarula foram encontradas no interior de seu veículo.

Conforme o boletim de ocorrência, Fábio ainda tentou tirar o celular das mãos de um dos policiais e a arma de outro e, por essa razão, foi algemado, após luta corporal. Os policiais detalham que o promotor permaneceu exaltado mesmo após a chegada de outro promotor de Justiça (Herbert Dias Ferreira) ao local – procedimento considerado padrão em casos do tipo.

Providências
Em nota, o Ministério Público Estadual ressaltou que “lamenta profundamente a situação ocorrida em Guarantã do Norte e assegura que todas as providências estão sendo tomadas para apuração da conduta do promotor de Justiça substituto e adoção das medidas disciplinares cabíveis”.

O MP destaca, ainda, “que trata-se de um fato isolado que não representa a postura adotada diariamente pelos 264 membros da instituição”.

Fábio foi empossado no cargo há três meses.

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