Mais de 100 mil eleitores não votarão em Cuiabá em Várzea Grande nas eleições de outubro. O número representa quase 20% do eleitorado nos dois maiores colégios eleitorais de Mato Grosso e persiste desde as 2018.
Conforme os dados do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT), essa será a terceira eleição seguida em que mais de 100 mil pessoas ficarão de fora da escolha de voto. Porém, o grupo era bem maior na última eleição presidencial.
“Não de que se falar em perda de representatividade [da Baixada Cuiabana] porque esse número não é de agora. Em 2018, já ao fim do segundo turno havia cerca de 171 mil eleitores com título irregular em Cuiabá e Várzea Grande, ou seja, o número diminuiu”, comentou ao juiz Bruno D’Oliveira Marques.
Se comparado isoladamente, o percentual é menor na Capital. Neste ano, 72.884 não poderão votar por impedimento judicial. O principal motivo é a falta de recadastramento biométrico na Justiça Eleitoral. Se confrontados com os eleitores aptos na eleição municipal de 2020, eles equivalem a 19,2% do total.
Em Várzea Grande, a proporção ficará na casa de 21,7%. Na última eleição para prefeito e vereadores, 160.409 eleitores estavam aptos a votar. O peso, no entanto, tende a ser maior neste ano porque houve redução de cerca de 30 mil eleitores desde 2018.
O prazo para regulamentação ou pedido de registro de título encerrou no dia 4. O balanço preliminar do TRE-MT indica que 298.230 eleitores estão inaptos a votar por cancelamento de título no estado.
Mas, no fim de abril, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) resolveu suspender o cancelamento de 107 mil títulos em Mato Grosso para as cidades cujo processo de recadastramento biométrico foi interrompido pela pandemia desde 2020. Em Cuiabá, o processo terminou em 2018.