Ednilson Aguiar/O Livre
Anderson Iglesias, representante do Partido Novo em Mato Grosso
Em busca de filiados para seu registro em Mato Grosso, o Partido Novo aposta em bandeiras liberais para a política econômica. “O Estado atrapalha. Quem gera riqueza é o indivíduo”, diz Anderson Iglesias, representante da sigla em Mato Grosso. Inspirado em figuras históricas do liberalismo, como Ludwig von Mises e os Pais Fundadores da constituição americana, mas também em exemplos mais próximos da realidade brasileira, o partido preza pelo chamado “Estado mínimo”: somente as áreas de Saúde, Segurança, Educação e Infraestrutura devem ficar a cargo do governo.
Servidor público estadual, Anderson cita o prefeito de São Paulo (SP), João Dória (PSDB), como um exemplo de político que tem feito ações compatíveis com as propostas do “Novo”, como o partido definiu a sigla. O prefeito da capital paulista pretende repassar para a administração privada o espaço de eventos do Anhembi, o estádio do Pacaembu e o autódromo de Interlagos, além de outras estruturas públicas, em um programa de privatização que inclui 55 lotes. Além disso, buscou parcerias com o setor privado para realizar os atendimentos da fila do SUS.
Atualmente, o Partido Novo conta com apenas 88 filiados no Estado, dos quais cerca de 40 estão adimplentes com a contribuição mensal, de R$ 28. Para lançar candidatos às eleições de 2018 no Estado o partido ainda precisa buscar apoios. Anderson estima que são necessários 550 filiados até junho e um total de 1.100 até dezembro para que seja aberto o processo de seleção para candidatos próprios. Esta é também uma particularidade do Novo: os interessados em disputar uma eleição devem passar por um processo de seleção que inclui uma prova, antes de irem à convenção do partido.
Segundo o representante do Novo, o partido se mantém apenas com as mensalidades e outras doações de seus filiados, sem utilizar os recursos do Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos, o chamado Fundo Partidário. “O partido não quis receber o Fundo Partidário”, diz Anderson. “Mas o TSE falou que, se não recebêssemos, o dinheiro seria distribuído aos outros partidos. Não tinha sentido”, diz o representante. Segundo ele, o repasse do fundo partidário atualmente é feito à sigla, que diz não utilizá-lo na esperança de, no futuro, doar o valor. Caso não consiga realizar a doação, o Novo pretende investir os recursos do fundo partidário em campanhas que promovam o fim do próprio fundo.
Em termos práticos, o partido pretende entrar em questões que buscam diminuir a interferência do governo, em todas as suas esferas, no mercado. Em Mato Grosso, um dos posicionamentos, por exemplo, é contrário à regulação do Uber.
“A deputada estadual Janaína Riva quer cobrar impostos e regular o serviço porque o Estado precisa saber a condição desses motoristas, quem são, como eles estão rodando, como está a inspeção do carro, e etc. Só que no Uber, e em outros aplicativos, existe o feedback do cliente, o melhor regulador do serviço são os passageiros, e os próprios motoristas. Não precisa o Estado intervir”, afirma Anderson. “E ainda falam que estão defendendo o cidadão”, completa.
O registro do partido Novo foi deferido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em setembro de 2015, e seu presidente é João Dionísio Amoêdo, executivo com passagens pela presidência do Citibank e do Itaú BBA. Nas eleições de 2016, o Novo conseguiu eleger quatro vereadores em quatro capitais do país: Mateus Simões, em Belo Horizonte; Leandro Lyra, no Rio de Janeiro; Janaina Lima, em São Paulo; e Felipe Camozzato, em Porto Alegre.
Nesta terça-feira, os filiados realizam uma reunião de apresentação do partido a novos membros e interessados no auditório do Cuiabá Lar Shopping, às 19h30. O presidente do diretório do partido no Rio de Janeiro e representante nacional da sigla, André Strauss, participa do evento, no qual serão estabelecidas as metas do Novo para 2018 em Mato Grosso.
