Agência Estado
Antes do anúncio dos Estados Unidos de suspensão de todas as importações de carne in natura do Brasil, o Ministério da Agricultura havia decidido reduzir a dose da vacina aplicada em bovinos e bubalinos contra a febre aftosa, de 5 ml para 2 ml. A medida visa evitar possíveis reações nos animais, e, consequentemente, o caroço que fica na carcaça. Também foi uma forma de reforçar o compromisso do Brasil com a segurança — o país já havia suspendido cinco frigoríficos.
O ministério informou que o pedido formal para a diminuição da dose já foi feito aos laboratórios. O diretor do Departamento de Saúde Animal do Mapa e presidente da Comissão Sul-Americana para a Luta contra a Febre Aftosa (Cosalfa), Guilherme Marques, observou que o Brasil é livre da febre aftosa e, portanto, não é preciso mais utilizar uma dose reforçada da vacina.
Marques disse ainda que a medida reduzirá custos de logística e está de acordo com a programação de retirar a imunização no país até 2023, quando o Brasil deverá ser reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como livre da doença sem vacinação. Atualmente, apenas o estado de Santa Catarina é reconhecido.
Também deve ser retirado o sorotipo C da vacina. Segundo estudo do Centro Americano de Febre Aftosa, o último caso registrado da doença foi em 2004 nas Américas. A decisão foi tomada no encerramento da 44ª reunião ordinária da Comissão Sul-Americana para a Luta contra a Febre Aftosa (Cosalfa), em abril deste ano.
“Por essa razão, bem como em função de estudo que o Brasil tem, tomamos a decisão de, no futuro, retirar o vírus C de toda vacina produzida no país”, disse Marques que também é presidente da Comissão Regional da OIE para as Américas.