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MT é o Estado onde mulheres estão mais vulneráveis a estupros

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MT é o Estado onde mulheres estão mais vulneráveis a estupros
Foto: Reprodução

Mato Grosso é o Estado brasileiro onde as mulheres mais correm risco de serem estupradas. Publicado em janeiro deste ano, o Mapa da Violência contra Mulher apontou que, entre janeiro e novembro de 2018, pelo menos 3.448 casos foram registrados. “Pelo menos”, porque o levantamento foi feito com base apenas nas ocorrências que viraram notícia na imprensa.

Segundo o documento, a quantidade de mulheres mato-grossenses violentadas só não foi maior do que o número registrado em São Paulo, onde 5.285 casos foram relatados na mídia no mesmo período. Mato Grosso passa à frente, no entanto, quando o volume de ocorrências é comparado à quantidade de habitantes.

Conforme estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Mato Grosso tem aproximadamente 1,7 milhão de mulheres. As cerca de 3,4 mil estupradas no ano passado, portanto, representam 0,20% do total da população feminina do Estado. Já as aproximadamente 5,2 mil paulistanas violentadas somam 0,02% de todas as cerca de 22,7 milhões de mulheres que vivem em São Paulo.

O Mapa da Violência Contra a Mulher é uma iniciativa da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, instalada na Câmara dos Deputados. O relatório aponta que, no Brasil, foram 32.916 estupros só no ano passado. Depois de São Paulo e Mato Grosso, os Estados com o maior número de ocorrências foram o Rio de Janeiro, (1.994 casos) e Alagoas (1.913). O Amapá é o último da lista, com apenas 64 casos registrados pela imprensa.

Vulnerabilidade

O relatório revela que a maioria das vítimas (43%) do país têm menos de 14 anos. Mostra também que metade dos crimes (49,8%) foram cometidos por parentes das mulheres violentadas.

“Quando se trata de vítimas menores de 18 anos, os parentes são os responsáveis pelo estupro em 60% dos casos. Nessa categoria entram pais, tios, avós, padrastos, primos, irmãos etc”, diz trecho do documento.

Ainda de acordo com o Mapa, quando a vítima tem menos de 14 anos – o que categoriza o estupro de vulnerável – o crime, quase sempre, é cometido por alguém próximo. Parentes, conhecidos da família e vizinhos representam 86,4% dos agressores.

As mulheres com faixa etária entre 18 e 59 anos de idade são as segundas mais vulneráveis. Elas somaram 35% das vítimas de estupro no Brasil ao longo de 2018. Depois de parentes, a maior parte dos crimes (31,2%) foi cometida por pessoas desconhecidas.

Mulheres idosas também foram vítima da violência, somando 4% do total de registros.

Tipo de estupro

O Mapa da Violência contra a Mulher categorizou o crime de estupro em três diferentes tipos. A maioria das ocorrências foi do estupro mais comum, quando ele é cometido por um único autor. Dos 32.916 casos registrados, 29.430 ocorreram nessas condições.

Outros 3.349 casos foram identificados como estupros coletivos, quando o crime é cometido por mais de um indivíduo. O relatório cita ainda 137 casos de “estupro virtual”, que foi caracterizado pela ameaça de expor o corpo da mulher na internet, em especial redes sociais, caso ela não atenda exigências sexuais do agressor.

“O fenômeno da violência sexual contra a mulher não obedece nenhum critério de regionalidade, desenvolvimento econômico, acesso a bens e serviços culturais. Ou seja, os abusos ocorrem independentemente da situação econômica, racial, cultural e social da Unidade Federativa”, diz o relatório.

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