O Ministério Público de Mato Grosso (MPE) pediu que a Justiça indefira o pedido de reconstituição de cena de crime feito pelo vereador Marcos Paccola (Republicanos), investigado pelo assassinato do agente socioeducativo Alexandre Myagawa.
Segundo o órgão, a reconstituição serve para esclarecer a dinâmica dos acontecimentos e auxiliar o juiz e dos jurados sobre os fatos. No caso de Paccola, esse procedimento seria desnecessário, pois os eventos foram gravados por câmeras de segurança.
“Nenhuma razão existe para se reproduzir, de forma simulada, um crime de homicídio que foi filmado, sendo evidente que o requerimento da defesa tem o único e reprovável intuito de atrasar o andamento processual”, diz trecho do parecer protocolado nessa sexta-feira (19).
Alexandre Myagawa foi morto com tiros pelas costas no dia 1º de julho, em Cuiabá. Os tiros foram disparados pelo vereador por Cuiabá, Marcos Paccola, que ter intervindo em uma situação de risco para a namorada do agente, Janaína Maria Santos Cícero de Sá Caldas, que estaria sob a mira de uma arma de fogo.
Essa versão foi negada por ela mais tarde.
Assistente de acusação
No mesmo parecer em que foi analisado pedido de reconstituição de crime por Paccola, o Ministério Público também se posicionou contra o pedido de Janaína Maria Santos de participar do julgamento como assistente de acusação.
Ela apresentou o pedido como esposa de Alexandre Myagawa. Mas, o MP diz que o relacionamento entre eles se configuraria como namoro.
“Embora inegável a existência de relacionamento afetivo e íntimo entre eles, consagra-se a ilegitimidade de Janaína por ausente prova apta a indicar que esse tinha contornos de união estável”, disse.