Deputados estaduais aprovaram nesta quinta-feira (20) uma moção de repúdio à “censura contra a Constituição Federal”. A sugestão foi apresentada pelo deputado Gilberto Cattani (PL).
Ele diz que o país vive uma “ditadura do Judiciário” em referência às decisões mais recentes que atingiram veículos de comunicação vinculados ao presidente Jair Bolsonaro (PL).
“A pior coisa que existe é censura e ditadura e, entre as ditaduras, a pior delas é a do Judiciário, contra quem você nunca pode recorrer. Nós tivemos o cerceamento do direito de expressão de uma emissão de televisão, e não podemos aceitar tal coisa”, afirmou.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) restringiu o tratamento do canal na TV da Jovem Pan a processos contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), adversário de Bolsonaro na eleição à Presidência. O canal vinha exibindo peças de propaganda com mensagens como “Lula mais votado nos presídios” e “Lula defende o crime”.
A fala de Cattani causou reação de deputados estaduais defensores do ex-presidente. Valdir Barranco e Lúdio Cabral, ambos do PT, questionaram a moção de repúdio com argumentos de atos em torno de Bolsonaro que indicariam as mesmas polêmicas criticadas pelos bolsonaristas.
“Fazendeiro obriga empregados a filme voto na urna com celular escondido dentro da camisa”, disse Lúdio se referindo a notícia publicada. “Onde está liberdade de expressão? Eu queria saber como a família Bolsonaro conseguiu comprar 51 imóveis em dinheiro vivo. Querem falar de roubo?”, complementou.
A troca de acusações de supostos atos dos presidenciais relacionados a “roubo”, “cerceamento da liberdade de expressão” e “corrupção” fez o clima esquentar na sessão parlamentar de mais cedo.
Houve tom de voz mais alto e exasperado entre os deputados, tentativas de atropelar a agenda de falas na tribuna que estava prevista da confusão e a suspensão do direito de falar ao microfone.
O resultado do destempero ficou retratado no placar de votação da moção. Houve 10 votos a favor do pedido, mas 13 abstenções e 4 votos contra.