Ednilson Aguiar/O Livre
O Ministério Público Estadual (MPE) abriu inquérito contra a BRF Brasil para investigar o derramamento irregular de matéria orgânica no rio Cuiabá durante a piracema, causando a morte de “inúmeros peixes”.
Segundo um relatório do Centro de Apoio Operacional do MPE (CAOP-MT), peixes, invertebrados e moluscos foram afetados pelo derramamento causando prejuízos estimados em, ao menos, R$ 450 mil.
A promotora Maria Fernanda Corrêa da Costa afirma que é “incontroverso que o impacto ambiental atingiu a Bacia Hidrográfica do Cuiabá”, indicando que não apenas Várzea Grande (onde está localizada a fábrica da Sadia, marca da BRF Brasil) teria sido afetada.
“Pelo que se constatou das análises, a mortandade ocorreu por causa do derramamento de grande quantidade de matéria orgânica naquela parte do rio Cuiabá, oriundo da limpeza e esgotamento de uma das lagoas de tratamento da Sadia, sem atitudes mitigadoras que poderiam ter evitado o ocorrido”, diz um trecho do relatório do CAOP-MT.
Curimbatá
A principal população impactada teria sido a de peixes curimbatá. O MPE calcula que, com a taxa de sobrevivência em 30% dos ovos produzidos por seis casais do peixe, haveria 900 mil alevinos, que são vendidos a R$ 0,50 no mercado atual. Assim, o órgão estima que o derramamento tenha causado pelo menos R$ 450 mil em prejuízos ambientais.
O Ministério Público solicitou que a BRF Foods apresente as medidas já adotadas para diminuição e reparação dano ambiental causado à Bacia Hidrográfica do Cuiabá.
A BRF informou que já realizou todas as adequações exigidas pela promotoria.