Mato Grosso registrou o maior aumento no volume de vendas do comércio varejista em julho deste ano. O Estado ficou com o índice de 3,5% de crescimento com relação a junho. Por outro lado, o cenário nacional sofreu um recuo de 0,8% na série de ajuste nacional. A média móvel trimestral foi de 0,9%, enquanto que o acumulado no ano está em 0,4% e o dos últimos 12 meses, em-1,8%.
Os dados da Pesquisa Mensal do Comércio realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foram divulgados nesta quarta-feira (14).
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Mato Grosso (Fecomércio-MT) pontua que o levantamento indica ainda que, enquanto as receitas das vendas do comércio varejista teve uma queda de 1,6% na avaliação nacional, Mato Grosso segue mais uma vez na contramão, registrando um crescimento de 1,3% na receita nominal de vendas.
A Federação analisa que, no Estado, é observado o crescimento da disponibilidade de crédito, que pode influenciar no consumo tanto do comércio, como dos serviços, os quais também cresceram em volume para o mês de julho deste ano.
Além disso, destaca a Fecomércio, há um aumento nos empregos em Mato Grosso, ligado, portanto, à disponibilidade de renda. E ainda nesse sentido, os saques dos dinheiros disponíveis no Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e o Auxílio Brasil também podem influenciar diretamente no consumo das famílias, pontua a entidade sindical.
“Mato Grosso é um estado eminentemente agropecuário e com a guerra (entre Rússia e Ucrânia), com a pandemia da covid-19, fez com que a demanda pelo agro fosse muito grande. Isso fez com que as cidades que têm a economia baseada nessa atividade, aumentassem consideravelmente. Então, isso também faz com que o varejo também cresça. Se eu aumento a renda, a pessoa acaba gastando mais em outras atividades”, complementa Júnior Macagnam, vice-presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Cuiabá.
Recuo no varejista ampliado
Já no varejista ampliado, que inclui as atividades de Veículos, motos, partes e peças e de Material de construção, o volume de vendas em Mato Grosso caiu 0,6% e no índice nacional, o recuo foi de 0,7%.
Macagnam lembra que nesse setor varejista são incluídos os materiais de construção, considerados essenciais e os estabelecimentos desse ramo continuaram abertos durante a pandemia e que passaram por aumentos nas vendas durante períodos anteriores.
“Agora, é lógico, há a acomodação natural, de quem cresce muito em um ano é muito difícil manter esse crescimento constantemente. Mas essa queda é insignificante perto do que foi o crescimento nos outros anos”, avalia o vice-presidente da CDL.
A Fecomércio esclarece que esses itens de maior durabilidade tendem a sofrer maior impacto inflacionário e do aumento da taxa de juros, por isso não é um segmento que tende a crescer conforme o varejo restrito de bens menos duráveis.
“Tivemos agora dois meses de deflação e esperamos que o Banco Central, a partir do ano que vem, comece a diminuir os juros e esses outros setores voltem a crescer”, estima Macagnam.