Vasculhando os arquivos recentes do cinema mato-grossense, é possível afirmar que a série de TV de ficção O Pantanal e Outros Bichos é a primeira produção de Mato Grosso nesse formato a ser veiculada em rede nacional.
Com 26 episódios, ela tem dois deles exibidos em sequência, de segunda a sexta-feira na TV Brasil, a partir das 18h, horário local (via TVs por assinatura).
Mas também dá para assistir pela TV aberta, sintonizando o canal 2.1, ou seja, da TV Universidade. A previsão do término de exibição é dia 4 de setembro.
A série destinada ao público infanto-juvenil ocupa horário de classificação etária livre para TVs abertas. Ou melhor, horário nobre!
Parte do elenco e equipe se reuniu na Latitude Filmes – onde foi feita toda a finalização da série – para conferir a estreia. O chef Ademir Gudrin, o Tio Berê, também esteve presente.
O cineasta Amauri Tangará e da produtora Tati Mendes, ambos da Cia D’Artes do Brasil, receberam os amigos para assistir à primeira exibição em rede nacional.
“Quando abriu o edital nacional, já sabíamos que, caso o projeto fosse aprovado, a primeira exibição seria em TV pública, pois já estava previsto pelo chamamento”, explica a produtora Tati Mendes.
“Após ser exibida em rede nacional pela TV Brasil, a série segue seu caminho de
exibição na expectativa de conquistar o público e outras telas, enquanto a
guardamos a próxima temporada”, adianta.
A série mato-grossense concorreu com mais de 700 projetos e sua aprovação representou um dos maiores desafios para a Cia D’Artes. A produção total corresponde a quase cinco longa metragens – 338 minutos de material finalizado.
São 26 episódios de 13 min, que foram totalmente produzidos, filmados, editados, sonorizados, animados em 2 e 3D, musicados, traduzidos em libras e audiodescritos por mãos de mato-grossenses.
A equipe e elenco são formados predominantemente por pessoas do Estado. “É uma política da Cia, exceto quando for questão de concepção artística, como foi o caso do diretor de arte Raimundo Rodriguez e do fotógrafo boliviano Guillermo Medrano”.
O orgulho com que os produtores Tati e Amauri exibem estas estatísticas está atrelado ao fato de terem investido fortemente na cidade e cidadãos onde a série foi realizada – Poconé, a cerca de 120 km de distância de Cuiabá –, portal de um dos biomas mais cobiçados do mundo, o Pantanal, que, não por acaso, dá nome a série.
A cidade abrigou e abraçou a série desde o início, conta Amauri Tangará, que conseguiu a participação de poconeanos respeitados como a do Sr. Donato, pantaneiro genuíno, forjado na lida com o gado, que atuou como o peão Luis. Ainda, o Sr. Chicão, dono de uma grande horta orgânica da cidade, que além de ceder a locação, ainda atuou com empenho em alguns dos episódios.
Na intenção de ilustrar a ficção, sem deixar de ser fiel à realidade cultural da cidade, integram a série a misteriosa e colorida Dança dos Mascarados de Poconé, o Grupo de Siriri Bate Forte e o Grupo Cururueiros do Pantanal, engrandecendo e eternizando em imagens estas manifestações ímpares em beleza e genuinidade.
“Movimentamos a economia local e injetamos na cidade de Poconé R$ 500 mil. Utilizamos cerca de uma centena de empresas de prestação de serviços”, relata o cineasta Amauri Tangará.
Segundo ele, o impacto econômico que cada projeto destes pode trazer, reverbera positivamente. Conforme estudos, cada real investido pode gerar três em ações de retorno para a própria comunidade.
Contamos também com parceiros importantes como a Água Clássica, a própria Prefeitura de Poconé, que apoiou com diversos serviços e através de várias de suas secretarias e ainda o SESC Poconé e o SESC PANTANAL, parcerias fundamentais pela respeitabilidade que emprestam, quando apoiam um projeto.
Resumo da trama
Através do olhar de duas crianças (os irmãos Ísis e João, de 12 e 10 anos), que vivem em Cuiabá (MT) e vão passar suas férias com os avós paternos, Ramiro e Isabel (um carioca e a outra pantaneira que moram em pleno pantanal profundo), a série propõe um mergulho num universo lúdico, poético e mítico, cheio de mistérios e descobertas, em cenários de raras belezas e de muitos perigos.
Reavivando muitas das lendas e mitos locais, buscamos chamar atenção para as problemáticas questões ambientais do Pantanal (e da cidade de Poconé, porta de entrada do bioma), sensibilizando os espectadores infantis e juvenis que, a cada dia, estão mais absortos pela tecnologia e menos próximos da natureza.
Ficha técnica
Série: O Pantanal e Outros Bichos
Episódios: 26 de 13 min cada
Exibição: TV Brasil – canais da TV Aberta, paga e webTV
Uma produção: ANCINE/BRDE/FSA/EBC/CIA D’ARTES DO BRASIL
Roteiro: Luck P. Mamute e Amauri Tangará
Direção: Amauri Tangará
Produção Geral: Tati Mendes
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(Com assessoria)