Ednilson Aguiar/O Livre
Matheus Clarindo Vieira Costa e Matheus Morais dos Santos: dois dos cinco mato-grossenses que representarão o Brasil nos Emirados Árabes
Cinco mato-grossenses viajam nesta segunda-feira (09/10) com destino a Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos, para representar o Brasil numa das maiores competições de educação profissional do mundo, a World Skills.
A olimpíada acontece a cada dois anos e reúne profissionais de mais de 60 países. O Brasil está participando pela 47ª vez.
São quase 60 áreas profissionais que disputam. Os cuiabanos Matheus Clarindo Vieira Costa, de 21 anos, e Matheus Morais dos Santos, 21, irão nos representar na área de construção em estrutura de concreto.
E os rondonopolitanos Willon da Silva Santos, de 21 anos, Matheus Henrique de Souza Gomes, 21, e Thiago Souza de Lima, 22, representarão a ocupação de manufatura integrada.
Para chegar à etapa mundial, eles passaram por várias seletivas. A primeira foi a escolar, a segunda a municipal, em que se classificaram para a estadual e, por fim, a etapa nacional.
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Delegação brasileira que irá para o World Skill
Os cinco desbancaram competidores do Brasil inteiro e conquistaram as vagas, em que competirão como duas equipes.
Como são alunos do Senai, toda a viagem, contando as passagens e estadia, foram custeadas pela instituição. Assim como uma ajuda de custo durante o treinamento.
Os cuiabanos falaram com o LIVRE sobre a expectativa para a competição.
“É tenso, é uma reponsabilidade muito grande, mas me empolga da mesma forma. Eu fico apreensivo, porém tranquilo, porque a gente treinou e sabe que treinou muito bem”, disse Matheus Morais.
Já para Matheus Clarindo, a emoção é ainda mais forte, visto que esse é um grande sonho do jovem, que já havia tentado participar da olímpiada em outra oportunidade.
“Na verdade, ainda não caiu a ficha, porque desde o início eu não me imaginei onde estou hoje. Então, basicamente só vou acreditar quando estiver lá mesmo. Mas estou tranquilo, controlado, acredito que vamos fazer uma excelente prova, fomos bem preparados para qualquer desafio”, afirmou.
Na ocupação dos dois serão quatro dias de competição. A prova acontece em 22 horas, divididas em quatro dias, são seis horas para os três primeiros dias – três de manhã e três à tarde -, e quatro horas no último.
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Treinamento de Matheus Clarindo e Matheus Morais
“Esse tempo varia para cada área. Lá vai ter um galpão onde nós vamos realizar a nossa prova e vão ter outras modalidades junto conosco”, disse Matheus Morais.
Eles explicaram que, em algumas áreas, ao fim da competição os experts se reúnem e decidem qual será a prova do próximo mundial, que acontecerá após dois anos, e definem um projeto teste. Em outras os competidores precisam treinar várias possibilidades e só descobrem a prova na hora.
No caso dos Matheus, os dois já estão se preparando há muito tempo, visto que a seletiva inicial teve início em fevereiro de 2016 e a ocupação deles possuía um projeto teste, que terá 30% de modificação no dia da competição.
Eles realizarão na prova o mesmo processo construtivo de pilares de pontes e viadutos, em que montarão placas de aço, revestidas de compensado resinado, e depois as montarão, levantando, fechando e concretando.
“A nossa prova envolve também cortes com madeira, manuseio de aviamentos para fazer a concretagem, que serve para avaliar o concreto. Aí são avaliadas várias coisas, medidas, prumos, ver se o concreto está bem feito, se está com camadas, etc.”, disse Matheus Morais.
Vence a competição quem fizer a melhor peça.
Será tanto trabalho que o grupo nem terá tempo de aproveitar a cidade, porém a premiação vale a pena. O departamento nacional ofereceu uma bolsa de estudos no valor de R$ 10 mil por mês para cada brasileiro que trouxer uma medalha do World Skills.
A bolsa só é válida para cursos dentro da área em que o competidor for representar o país; no caso deles, a construção.
Se ganharem, Matheus Morais, que já cursa arquitetura, pretende terminar a faculdade e usar a bolsa para fazer uma pós-graduação. Já Matheus Clarindo pretende cursar engenharia de produção.
Esta não é a primeira vez que Mato Grosso tem representantes no campeonato. Há dois anos a atual expert dos dois, Vanessa de Lourdes da Silva, também participou e ficou em terceiro lugar na mesma área: construção de estrutura de concreto.
Ela se tornou professora do Senai e foi quem preparou os dois jovens para a competição.
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Na foto Willon da Silva Santos, Matheus Henrique de Souza Gomes e Thiago Souza de Lima
Neste ano Mato Grosso vai com duas chances de ganhar. O grupo de Rondonópolis também está animado, eles irão pela ocupação de manufatura integrada.
“Está sendo muito gratificante [representar o Brasil], por ser a primeira vez que Mato Grosso tem representantes nesta ocupação em uma competição mundial”, disse Willon da Silva Santos.
Assim como os dois cuiabanos, eles também sabem apenas partes das provas que farão.
“Sabemos o robô que vamos ter que fabricar lá, porém têm as provas surpresas, de eletrônica CAD, solda, corte, dobra, fresagem convencional, torno, e fresagem CNC, que só saberemos no dia”, explicou.
Grato pela formação que recebeu no Senai, Matheus Morais fez questão de frisar a qualidade da instituição, que oferece vários cursos gratuitos.
“É importante a gente ressaltar que o Senai é uma instituição de enorme qualidade para a educação profissional, porque às vezes as pessoas veem o Senai como algo que, por ser gratuito, é banal, mas na verdade não é. O Senai de Mato Grosso tem se destacado em rankings nacionais de qualidade na educação. E é importante que todos saibam que nós somos profissionais que, quando vamos para o mercado de trabalho, estamos preparados. Nós fomos preparados aqui dentro do Senai com qualidade”, enfatizou.
Veja o grito de guerra da delegação brasileira:
