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Líderes do PSB descartam assumir comando em MT

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Líderes do PSB descartam assumir comando em MT

Ednilson Aguiar/O Livre

Suelme Fernandes

Suelme Fernandes Secretaria de Agricultura Familiar

 

Lideranças do PSB de Mato Grosso reagiram contra a destituição do deputado federal Fábio Garcia da presidência do partido em Mato Grosso. O parlamentar foi punido por ter contrariado a orientação da legenda de votar contra a reforma trabalhista. Diante do impasse, os principais nomes da sigla no Estado não cogitam ocupar o cargo que pertencia a Garcia.

Presidente da direção do PSB de Cuiabá, o secretário de Estado de Agricultura Familiar, Suelme Evangelista, afirma que a decisão foi uma retaliação do presidente nacional, Carlos Siqueira, com o objetivo de demonstrar força política, visando a eleição presidencial do próximo ano. Neste ponto, o partido está dividido em âmbito nacional. Também foi um aviso para que a bancada se posicione contra a reforma da Previdência, avalia.

Evangelista disse que a direção nacional não vai ter respaldo das lideranças políticas locais a favor a punição. “Ninguém vai acatar desta forma, de cima para baixo, não tem ruído interno no partido no Estado. A gente vai ter que fazer o balanço para fazer o enfrentamento. O PSB é o partido mais pacificado em Mato Grosso”, argumentou o secretário.

Para o deputado estadual Mauro Savi, a decisão pegou todos de surpresa. Mesmo sem ter conversado com Garcia quando concedeu a entrevista ao LIVRE, ele disse que a punição foi pesada e que cabe às lideranças locais indicar a direção do partido no seu Estado.

Ednilson Aguiar/O Livre

 deputado Mauro Savi

Deputado Mauro Savi (PSB) afirma que cabe aos líderes locais escolher quem vai comandar a sigla

 

Vice-presidente do PSB no Estado, o deputado federal Adilton Sachetti também rechaça a punição. “Primeiro seria uma censura ao deputado, que tem liberdade de expressão e de voto garantidas na Constituição. Me parece que não teve decisão do partido em tempo hábil para tomada desta decisão. Tem que ter prazo legal porque tem que dar direito ao recurso”, defendeu, em entrevista à Rádio Capital.

O presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho, saiu em defesa do colega de partido. “Eu acho que Fábio votou certo, votou pelo Brasil pelo bem do país e com consciência. Eu entendo que cada parlamentar, neste aspecto, tem que ter o seu entendimento”, disse.

Evangelista assegurou que os principais nomes do partido não aceitam ficar na presidência diante desta situação. Ele disse que conversou com várias lideranças, que deverão se reunir para definir o encaminhamento à direção nacional. O secretário diz ainda que o ex-prefeito Mauro Mendes também não aceitaria assumir o comando da sigla, assim como os detentores de mandatos eletivos.

Partido rachado
O PSB está dividido no apoio ao governo federal. A sigla comanda o Ministério de Minas e Energia com o deputado federal Fernando Bezerra. Porém, a direção nacional, sob Carlos Siqueira, mostra um distanciamento do governo do presidente Michel Temer (PMDB). A orientação é para votar contra as reformas propostas pelo peemedebista. A direção também aderiu à mobilização nacional, nesta sexta-feira, 28, contra as reformas.  

Leia a íntegra da nota divulgada pelo deputado Fábio Garcia:

“Milhões de brasileiros se sacrificaram para que hoje vivêssemos em um país democrático, onde as pessoas têm o direito de se expressar, de opinar e de se posicionar.

A democracia é uma conquista importante do país da qual não podemos abrir mão. Foi ela que me permitiu ser eleito deputado federal pelo PSB com mais de 104 mil votos e assim poder, no exercício do mandato, lutar pelo melhor para Mato Grosso e para o Brasil.

Nosso país enfrenta a pior crise de sua história, com mais de 14 milhões de desempregados, com 40% de sua força de trabalho na informalidade, sem qualquer direito.  Um país que enfrenta um novo mundo globalizado, competitivo, que todos os dias é invadido por serviços e produtos de outros países que fecham nossas empresas e desempregam a nossa gente.

Precisamos construir um Brasil moderno, competitivo, eficiente, justo, com uma economia forte capaz de gerar oportunidades, emprego e renda a todos os brasileiros.

 As leis trabalhistas no Brasil foram feitas na década de 40, quando o Brasil era um país rural, as mulheres não tinham espaço no mercado de trabalho e o mundo não era globalizado. Por um país mais justo, eficiente e por mais emprego para os brasileiros, votei a favor da modernização das leis trabalhistas. Uma lei que não suprime direitos dos trabalhadores, mas que se adequa as necessidades de um novo mundo e que é importante para que o Brasil seja competitivo e volte a gerar empregos a milhões de brasileiros.

Diante de tamanha crise, do empobrecimento dos brasileiros e de mais de 14 milhões de desempregados, não abaixarei a cabeça, não cruzarei os braços e irei, sempre, lutar por um Brasil melhor e de mais oportunidades a todos.”

 

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