Ednilson Aguiar/O Livre
O líder do governo, Dilmar Dal’Bosco (DEM), tenta evitar que a crise política gerada pelos grampos ilegais atrapalhe a votação de projetos de lei de iniciativa do governo. A deputada Janaina Riva (PMDB) foi vítima de interceptações ilegais, o que provocou reação da oposição. Além disso, diversos deputados relatam clima de tensão no Legislativo, pela suspeita de que mais parlamentares tenham sido grampeados.
“Tem projetos de lei que vêm para cá para melhorar o Estado de Mato Grosso e ajudar a economia”, argumenta Dal’Bosco. “Por exemplo, o Regularize. Não é um projeto individual do governador Pedro taques, é um projeto de governo. Se aprovarmos esse projeto, vamos conseguir que as pessoas se regularizem com dívidas que têm em órgãos como Procon, Ager e Detran, e isso movimenta a economia”, disse.
Na semana passada, os grampos dominaram os debates na Assembleia Legislativa. Nem mesmo a delação da JBS envolvendo o presidente Michel Temer ofuscou o tema. Na quarta-feira, 17, Janaina protagonizou um bate-boca na sessão com o deputado Jajah Neves (PSDB) e, ao ser impedida de continuar a discussão na tribuna, pediu vista de tudo o que estava em pauta, para obstruir a votação.
Na manhã seguinte, 18, Dal’Bosco disse que ligou para todos os deputados para pedir que comparecessem à sessão e votassem projetos. A tática não funcionou, e a sessão da quinta-feira foi encerrada por falta de quórum.
Janaina e outros quatro deputados de oposição defendem a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o caso. A proposta, porém, não emplacou por falta de apoio – são necessárias oito assinaturas. Para Dal’Bosco, o fato de a CPI naufragar não significa que a Assembleia não tenha interesse no caso.
“Nós temos que ter maturidade aqui dentro do Parlamento e entender que todos somos solidários à questão de grampos, que queremos que investigue. Queremos convocar secretários e convidar pessoas para dentro do Parlamento para que a esclarecer o que está acontecendo e como estão as investigações”, disse.
Além da questão dos grampos, deve haver polêmica em torno de diversos projetos que mexem nas finanças do governo, previstos para chegar à Assembleia ainda neste semestre. É o caso do Teto de Gastos, congelamento de salários, Revisão Geral Anual (RGA), aumento da contribuição da Previdência e reforma tributária.
