O governador Pedro Taques (PSDB) rebateu o ex-aliado Eduardo Moura (PSD), que disse ter estranhado o fato de ter sido alvo da Operação Rota Final dois dias depois de assinar a carta dos dissidentes que abandonaram o governo. Taques disse que os boatos de que teria influência no Poder Judiciário o acompanham desde que era membro do Ministério Público Federal (MPF).
“Só se eu fosse Bidu, Walter Mercado, Mãe Diná, Professor King para adivinhar o que o Ministério Público faz. Imagina se eu teria condições de mover o Naco, Núcleo de Ações de Competência Originária. Imagina se eu tivesse o poder de mover desembargadores do Tribunal de Justiça. Isso aí é conversa fiada. Desde que eu sou procurador da República, esse tipo de insinuação existe. Por que não acusa quem determinou a prisão? Nós temos que parar com essa lenga-lenga. Objetivamente é isso”, disparou o governador, em entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira (3).
Alvo de busca e apreensão por suspeita de atrapalhar a licitação do transporte coletivo intermunicipal, o ex-presidente da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados (Ager) disse que esse “é o estilo Pedro Taques de fazer política”. Moura deixou a Ager no começo deste e mês e, na semana passada, assinou, em conjunto com mais 30 ex-aliados de Taques, uma carta aberta listando motivos para não apoiar a provável candidatura à reeleição do tucano.
Novo presidente
Pedro Taques anunciou também que vai trocar a presidência Ager, diante do afastamento do presidente interino, o diretor de Transporte e Rodovias, Luis Arnaldo Faria de Mello, na mesma operação. O governador disse que já escolheu o sucessor, mas que só revelará o nome “no momento correto”. O novo presidente terá que passar pela sabatina e aprovação da Assembleia Legislativa.
“Estamos analisando isso e no prazo correto enviaremos à Assembleia Legislativa. Como se trata de uma agência reguladora, precisa da aprovação do parlamento”, informou o governador. “Já nomeei um interino. Ele fica até chegar aquele que é aprovado pela Assembleia”, completou.
Licitação na Sinfra
A licitação do transporte coletivo está sendo realizada pela Secretaria de Infraestrutura (Sinfra) e o titular da pasta, Marcelo Duarte, foi citado como tendo participação no suposto esquema. O governador defendeu o secretário.
“Se tem uma pessoa que cobrou a exigência dessa licitação fui eu, e a segunda pessoa foi Marcelo, que está do meu lado. Tenho confiança no trabalho do Marcelo. Tanto que o desembargador Guiomar nem falou nada do Marcelo e não decretou nenhuma providência”, disse Taques. “Quem fez a licitação foi nosso governo”, completou.