As mãos pintadas com esmalte vermelho seguram uma carteira de habilitação com o nome de Heraldo Almeida Araújo. O entrevistador pergunta: nome? Afrodite. Profissão? Caminhoneira.
Pode ser que o espectador ou espectadora fiquem confusos, mas só por breves instantes, já que quando se abre o quadro, aparece uma mulher loira, com vestido estampado, colar de pérolas e maquiagem.
É Afrodite, caminhoneira trans que mora em Cuiabá e tem sua história contada pela série documental da Shell, De Causo em Causo. Pilotando seu caminhão pelas estradas de todo o país, se sobressai dentre tantas outros personagens com histórias de superação. Afrodite é pura inspiração.
A história dela é contada no episódio O Causo da Afrodite. O nome adotado, que remete à deusa do amor da mitologia grega, reforça que o amor próprio traz felicidade.
Milhares de curtidas, centenas de comentários e compartilhamentos fizeram com que o conteúdo viralizasse pela internet.
“Nasci Heraldo, mas nunca me identifiquei como homem. Na verdade, nunca entendi o que acontecia comigo”, explica a caminhoneira trans.
Pessoas trans não se identificam com o gênero de nascimento e isso gera angústia e sofrimento, especialmente, porque em boa parte das vezes, não sabem traduzir esses sentimentos e/ou eles são ignorados.
No vídeo, ela conta que ao longo dos anos já trabalhou como eletricista, empresária… “Até que descobri o caminhão. Mas quando trabalhava em uma malharia em São Paulo, eu mesma fazia minhas calcinhas, bustiê”, conta a caminhoneira de 70 anos.
“Há três anos, Heraldo morreu. E nasceu Afrodite. E nunca mais ela colocou uma roupa masculina. Não sou um caminhoneiro que virou caminhoneira. Sou uma caminhoneira que estava presa no corpo de um homem. E venci muitos preconceitos e hoje, sou feliz”.
Prepare o lencinho e confira o material produzido pela Shell: