Gabriele Schimanoski
Bancada mato-grossense participa de reunião sobre a conclusão da pavimentação da BR 158
Responsável por escoar cerca de 50% da produção de grãos do Araguaia, a BR-158 foi tema de reunião entre o Ministério do Transportes, bancada mato-grossense e prefeitos em Brasília. Há seis anos o trecho do contorno da Terra Indígena de Maraiwatsédé está parado em razão da falta de licenças ambientais do Ibama e Funai. São 144 km sem pavimentação.
Em meio ao caos que se instala na região nesta época de colheita e a insistência de parlamentares junto ao Ministério, o Governo Federal deu um novo prazo para a retomada das obras: primeiro semestre deste ano. A promessa é licitar o lote A até 31 de março (entre Luizinho e Alto Boa Vista) e o lote B até o final de maio (entre Alto Boa Vista até Alô Brasil, passando pelos municípios de Serra Nova Dourada e Bom Jesus do Araguaia) até o final de maio.
Esta foi a sexta vez que uma comitiva teve que se deslocar até Brasília para tentar destravar a obra. O deputado estadual Baiano Filho, que liderou os parlamentares, disse estar “desesperado”. “Para nós, que convivemos na região, para quem produz, para quem fica doente e precisa andar de ambulância por essa rodovia, não dá mais para esperar. Nós precisamos licitá-la”, disse.
Gabriele Schimanoski
Prefeitos do vale do Araguai durante reunião no Ministério dos Transportes em Brasília
Poder da Funai
Em seu terceiro mandato, o prefeito de Querência, Fernando Gorgen, acompanha a luta por mais infraestrutura na região há décadas. Ele afirma que o cenário mudou muito, que recursos foram destinados aos municípios, mas, segundo ele, o “progresso não chega por estradas de terras”.
“Somos o 12º maior produtor de grãos no Estado, 50% da nossa produção passa pela BR-158. São duas mil carretas passando por dia nesse trecho, eu nunca vi o progresso chegar em estrada de chão”, rebate.
O prefeito subiu o tom das queixas e citou os “superpoderes da Funai”. “Aqui o rabo balança o cachorro, aqui o filho da bate no pai”, disparou.
Ele lembrou episódios anteriores, em que prefeitos ameaçaram invadir com ônibus a sede da Funai em Brasília. O objetivo era conseguir respostas e celeridade na liberação de licenças. “Tirem o poder da Funai e isso se faz no Congresso”, pediu o prefeito.
Engrossando o coro, a prefeita de São Félix do Araguaia, Janailza Taveira, disse que o Araguaia não pode esperar mais. “São famílias morrendo, crianças morrendo, as ambulâncias não conseguem passar. Não aceitamos mais o adiamento dessa obra”.
O encontro contou ainda com a participação do senador Wellington Fagundes, dos deputados federais, Nilson Leitão, Fábio Garcia e Ságuas Moraes, do diretor de Infraestrutura Rodoviária do DNIT, o mato-grossense, Luiz Antônio Garcia, dos secretários de Estado, Marcelo Duarte Monteiro (Sinfra) e Antônio Carlos Figueiredo (Desenvolvimento Regional). O presidente da Associação dos Municípios do Araguaia (AMA), Joel Ferreira, e outros 16 prefeitos da região completaram a comitiva.
DNIT
Mapa do Dnit mostra o cortono da aldeia que precisa ser pavimentado