Ex-secretário de Segurança Pública de Mato Grosso, Rogers Jarbas virou réu no processo dos casos de grampo telefônico. O juiz da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Jean Garcia de Freitas, acatou a denúncia do Ministério Público Estadual contra ele, que responderá por tentar blindar investigados na ação original.
O juiz afirmou na sua decisão que “a somatória de fatos” listados pelo MP leva a crer que o ex-secretário tentou “embaraçar” a investigação e causar “prejuízo” às investigações policiais.
“[…] o somatório dos fatos praticados pelo réu poderia demonstrar, em tese, seu intuito de embaraçar as investigações indicadas na inicial acusatória, ensejando a união de seus atos, ainda que na via tentada, possível prejuízo às investigações”, afirmou.
Conforme o Ministério Público, os grampeamentos telefônicos ocorreram entre 2014 e 2017 e foram feitos por um grupo supostamente encabeçado por então governador Pedro Taques e policiais militares.
Rogers Jabars assumiu o cargo de secretário de Segurança Pública em abril 2016.
O caso das interceptações veio à nota um mês depois, via uma denúncia do promotor de Justiça, Mauro Zaque. Na época, Taques afirmou que a denúncia era baseada em documento falso e tinha motivação política.
Enquanto secretário, Rogers Jarbas tentou investigar Mauro Zaque com base nessas informações. Na semana passada, o MP denunciou Taque por obstrução de Justiça e calúnia e difamação.
A lista de pessoas grampeadas contém adversários políticos do ex-governador, além de empresários, advogados e jornalistas.