A Polícia Civil concluiu o inquérito instaurado para apurar uma eventual conduta dolosa de magistrados quanto as escutas ilegais, no episódio conhecido como “Grampolândia Pantaneira”. O documento foi remetido ao Poder Judiciário nesta quarta-feira (31).
As investigações realizadas pela Força Tarefa, foram coordenadas pela delegada Ana Cristina Feldner e determinadas pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso. O trabalho apurou o deferimento de interceptações telefônicas, previstas no artigo 10 da Lei 9296/96.
Por se tratar de um inquérito sigiloso, o resultado das investigações não foram divulgados.
Os fatos apurados pela Polícia ocorreram entre janeiro de 2014 e junho de 2017, resultando em aproximadamente 178 mil páginas, entre físicas e digitais. Foram cerca de 52 mil interceptações telefônicas feitas neste período.
Grampolândia Pantaneira
O esquema de escutas clandestinas ganhou notoriedade em 2017, quando o Fantástico, da Rede Globo, veiculou denúncia feita pelo promotor de Justiça Mauro Zaque. Segundo ele, havia no Governo um esquema de grampos ilegais, operado por militares, que teriam interceptado, inclusive, jornalistas, advogados e autoridades.
A lista com os números grampeados foi divulgada em primeira mão pelo LIVRE. Há suspeitas de que diversos outros telefones tenham sido interceptados no mesmo esquema.
Segundo Zaque, o governador foi alertado sobre os grampos por diversas vezes, desde outubro de 2015. O caso resultou em 13 pessoas presas, quatro secretários exonerados e dez inquéritos criminais.
(Com Assessoria)