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Governo abre processo para responsabilizar o Consórcio VLT por desvios

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Governo abre processo para responsabilizar o Consórcio VLT por desvios

Ednilson Aguiar/O Livre

VLT Veículo Leve sobre Trilhos

CAF Brasil, fornecedora dos vagões do VLT, teria pago R$ 18 milhões em propina

A Controladoria Geral do Estado (CGE) abriu um Processo Administrativo de Responsabilização contra o Consórcio VLT Cuiabá – Várzea Grande, responsável pelas obras inacabadas do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). O procedimento, publicado no Diário Oficial de hoje (18), visa a apurar, no âmbito administrativo, as responsabilidades das empresas integrantes do consórcio nos crimes investigados pela Operação Descarrilho, da Polícia Federal.

A operação utilizou informações prestadas pelo ex-governador Silval da Cunha Barbosa (PMDB) em sua delação premiada. O ex-governador afirma que houve pagamento de R$ 18 milhões em propina por parte da CAF Brasil para seu grupo político.

Além da CAF Brasil, o Consórcio VLT é formado pelas empresas CR Almeida, Santa Bárbara Construções, Magna Engenharia, Astep Engenharia, Cohabita Construções, Todeschini Construções e Terraplanagem, Constil Construções e Terraplanagem, além da antiga Multimetal Engenharia de Estruturas, atual Indústria Metalúrgica BL Steel, ligada ao ex-deputado José Riva (sem partido). Todas as empresas passam a responder pelo processo administrativo.

Em seu depoimento, Silval afirmou que não houve direcionamento na licitação referente à implantação do VLT porque a propina já estava nos planos, não importava o resultado.

“Independentemente de quem vencesse, o grupo político procuraria o consórcio vencedor para negociar um ‘retorno”, o que de fato foi feito, de acordo com o ex-governador”, diz um trecho do inquérito da Polícia Federal.

O retorno teria sido acertado com a CR Almeida e a CAF Brasil. Silval relata conversas com um diretor da CR Almeida de quem ele não se recorda o nome, além do presidente da CAF Brasil, Renato de Souza Meireles, e Agenor Marinho Contente Filho, Diretor Geral da empresa no país.

O ex-governador afirma que tinha dívidas de campanha que foram sanadas com os desvios. De acordo com Silval, foi definido que 3% dos valores pagos pelo governo do Estado pelas obras de infraestrutura do VLT retornariam em propina e Maurício Guimarães, então secretário Extraordinário da Copa, seria o responsável pela operacionalização do esquema. Guimarães foi alvo de condução coercitiva durante a deflagração da operação, em agosto.

A obra fazia parte da Matriz de Responsabilidades para a Copa do Mundo de 2014, mas segue inacabada. O governo abriu recentemente outro procedimento para o cancelamento do contrato com o consórcio.

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