O fechamento das escolas em março do ano passado, medida adotada por governadores e prefeitos, parece ter sido precipitada. Médicos, especialistas e pesquisadores criticam a decisão e, inevitavelmente, falam que uma epidemia de analfabetismo é quase inevitável.
Um estudo realizado pelo Insights for Education, com dados de 191 países, constatou que quase todas as nações que estão sem aulas presenciais são países pobres e que serão extremamente prejudicados pelo déficit educacional.
“Os colégios nem deveriam ter sido fechados. Isso foi uma barbaridade que fizeram”, afirma o pneumologista, Wagner Malheiros. A fala aparece em um vídeo publicado em um grupo do Telegram com quase 900 pais e mães que exigem a reabertura imediata das escolas em Cuiabá.
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Médico na capital mato-grossense, ele afirma que a hipótese de que crianças ficariam doentes e levariam a doença para casa é, no final das contas, positiva. “É bom que pegue porque assim gera imunidade”, explica.
“A letalidade nas crianças é praticamente 0%. Crianças de 0 a 10 anos não morrem de covid-19. Ou a criança tem uma doença muito grave ou não existe a possibilidade, é extremamente raro”, explica.
Fechar escolas e manter serviços considerados essenciais é outra falha no discurso, segundo Malheiros.
“O policial, o médico, o rapaz que leva pizza para a sua casa, o cortador de grama, esses estão saindo pra rua e voltando para casa. Essa bobagem não tem tamanho. Essas crianças têm pais jovens, que também tem boa imunidade”, afirma.
“Se os colégios tivessem ficado aberto as crianças e os pais já estariam imunizados. O que é bom, tendo em vista que favoreceria a imunidade de rebanho”, finaliza.