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Eunício Oliveira é eleito presidente com 61 votos

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Eunício Oliveira é eleito presidente com 61 votos

Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Eunício Oliveira

Eunício Oliveira, novo presidente do Senado

Como já era esperado, o senador Eunício Oliveira (PMDB/ES) foi eleito presidente do Senado nesta quarta-feira. O capixaba recebeu 61 votos, vencendo com ampla vantagem José Medeiros (PSD/MT), que teve o apoio de 10 senadores. A votação foi secreta e contou com a presença de todos os 81 parlamentares – 10 deles votaram em branco.

Medeiros já havia praticamente aceitado a derrota quando, nesta terça-feira, reconheceu que buscava principalmente ganhar visibilidade no cenário político nacional. “É importante ter uma boa votação, pois o mundo é imagem”, disse numa entrevista à rádio Capital FM. “Cada momento em que se fala o nome de Mato Grosso numa mídia nacional, é o Estado aparecendo para o país inteiro”.

No discurso que antecedeu o início das votações, Medeiros observou que, apesar dos apelos dos colegas, recusou-se a transformar a disputa num MMA. “Seria, no máximo, uma luta de esgrima”, ponderou. Poucos senadores prestaram atenção à fala e Renan Calheiros chegou a acionar a campainha por mais de uma vez para pedir silêncio.

Num discurso que durou 22 minutos, Eunício afirmou que atuará para que o Senado “não perca a corrente contemporânea da luta contra a corrupção”. Ele também defendeu o presidente Michel Temer e citou como exemplos de presidentes da Casa José Sarney e Antônio Carlos Magalhães. “Foi o caminho da tradição que me trouxe até aqui”.

Antes de anunciar o resultado, Renan Calheiros fez uma retrospectiva de sua gestão, ressaltando que quase 3 mil projetos foram analisados. Ele citou, entre outros, a lei do feminicídio, a ampliação dos direitos das empregadas domésticas, o fim dos 14º e 15º salários para os parlamentares e a redução de funcionários terceirizados.

Eleição – Aos 64 anos, Eunício costurou nas últimas semanas o apoio de partidos da base aliada e da oposição, com a promessa de distribuição de cargos respeitando o tamanho das bancadas. Roberto Requião (PMDB-PR) ainda ameaçou lançar, com o apoio do PT e do PCdoB, uma candidatura “alternativa” no PMDB, partido que tem a prerrogativa de indicar o candidato. Nesta quarta, entretanto, o paranaense desistiu da ideia depois de firmar um acordo o próprio Eunício, que teria se comprometido com uma série de propostas pela “democratização” de procedimentos da Casa.

Contrariando o discurso de boa parte dos figurões do partido, a maioria dos senadores do PT também decidiu apoiar Eunício para garantir espaço na Mesa Diretora. A votação não foi unânime. Dos dez parlamentares da sigla, Gleisi Hoffmann (PR), Lindbergh Farias (RJ) e Fátima Bezerra (RN) se posicionaram contra o apoio a Eunício sob o argumento de que o partido não deveria se unir à legenda do presidente Michel Temer. Como não houve consenso, a bancada optou por liberar os votos.

Empresário com a segunda maior fortuna declarada no Senado, R$ 99 milhões em 2014 – o primeiro é Tasso Jereissati (PSDB-CE), com um patrimônio que se aproxima de R$ 400 milhões – , Eunício é defensor da agenda de reformas do presidente Michel Temer, de quem se diz “amigo” e “parceiro”.

O novo presidente do Senado, que também presidirá o Congresso e será o segundo na linha sucessória da Presidência, argumentou durante a campanha que o Poder Legislativo deve debater com profundidade a reforma da Previdência e eventualmente rever a possibilidade, contida no texto, de que a aposentadoria integral só ocorrerá com 49 anos de contribuição. “Nada que entra aqui tem a obrigação de sair do jeito que chegou”, afirmou. Mas dá sinais de que trabalhará, se necessário, para garantir o calendário do governo de aprovar a reforma nas duas Casas Legislativas ainda no primeiro semestre. “Discussão rápida não quer dizer não discussão, não debate e não modificação no texto”.

O peemedebista tem dito que, a despeito da pauta de Temer, vai defender uma agenda de desburocratização do País, que ajude a criar um ambiente propício para os negócios. Ele também prega o diálogo entre os Poderes e diz que pretende se reunir em breve com a ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF).

Lava Jato – Eunício garantiu que não tem “nenhuma preocupação” com a homologação da delação dos 77 executivos e ex-executivos da Odebrecht. Ele foi acusado por Cláudio Mello Filho de receber R$ 2,1 milhões em recursos para facilitar a aprovação de uma medida provisória de interesse da empreiteira. O peemedebista rechaça a acusação. “Não tenho nenhuma preocupação, sei o que fiz e sei o que não fiz.” Para Eunício, não há “absolutamente nenhum” constrangimento com a atual situação por que passa. Na planilha que indicava os destinatários das propinas pagas pela empreiteira, ele aparece com pseudônimo “Índio”.

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